A morte do ex-deputado federal Marco Tebaldi em outubro abriu antecipadamente a sucessão na presidência do PSDB estadual. Atual vice-presidente e no comando interino da sigla no Estado, a deputada federal Geovânia de Sá afirma que pretende continuar no cargo e que trabalha pelo consenso no diretório. Nesse contexto, ela fala sobre o alinhamento do partido no Estado ao projeto presidencial do governador paulista João Dória (PSDB) e o significado político das filiações de Gelson Merisio e Vinicius Lummertz à sigla. Afirmou que não conversou com o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido), mas que ele seria bem-vindo no partido.

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A senhora assumiu a presidência estadual com a morte do ex-deputado federal Marco Tebaldi e agora no final do mês haverá nova eleição. Será candidata?

Sim, sou candidata. É uma reunião extraordinária que eu tinha que convocar como presidente em exercício. Estou me colocando à disposição para tocar o partido neste período que resta da gestão do amigo Tebaldi.

Acha que será decidido por consenso?

Eu acredito e trabalho para um consenso. Não é o momento de partir para uma disputa. O partido saiu de uma eleição fragilizado, como vários partidos do país. Precisamos é reconstruir, reerguer. Eleição sempre causa alguma rachadura e não é o momento. Por isso estamos lutando para que haja um consenso. Por isso estou dialogando muito.

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Que rumo gostaria de dar ao PSDB catarinense?

Primeiro, ouvir a voz das ruas. Quero trabalhar muito mulheres e jovens na política, pegar os bons exemplos que temos, como o prefeito Clésio Salvaro (de Criciúma) e outros em Santa Catarina. Fazer desses exemplos a prática para aumentar o número de prefeitos. Hoje somos em 38 prefeitos e prefeitas e 365 vereadores. Meu objetivo é ter pelo menos uns 50 prefeitos anos que vem e buscar aumentar a representatividade nas câmaras municipais. Quero me dedicar mais ainda ao partido.

Alinhar o PSDB-SC ao projeto presidencial de João Dória?

Também. Eu tenho uma boa ligação com o governador Dória (PSDB-SP), tenho uma liberdade. Tanto que a reunião de ontem a gente articulou para convidar o ex-deputado Gelson Merisio (ex-PSD) e o secretário estadual Vinicius Lummertz (ex-MDB, do Turismo em SP). A gente está empenhado juntamente com o governador Dória. Com a boa gestão que ele vem fazendo em São Paulo, acredito que vai ser um belo candidato em 2022.

Nesse contexto, o que significa a filiação de Merisio, que disputou ano passado a eleição para governador pelo PSD, perdendo no segundo turno para Carlos Moisés (PSL)?

Eu tive uma boa conversa com Gelson Merisio. Vejo que ele vem para agregar, para somar forças. Ele me disse “eu só quero trabalhar, não preciso estar na executiva”. Não exigiu nada, não colocou condição nenhuma para entrar no partido. Disse que quer trabalhar, correr o Estado, fazer prefeitos. Na mesa da reunião com Dória e o presidente nacional Bruno Araújo, ele disse que se precisar, se o ex-senador Paulo Bauer não disputar, ele pode ser candidato a prefeito em Joinville.

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A filiação de Vinicius Lummertz também tem esse contexto? Ele pode ser candidato a prefeito?

Pode, inclusive houve uma provocação em relação a isso e eu senti dele que ficou animado. Vinicius já foi ministro (do Turismo no governo do ex-presidente Michel Temer). Não deixa, hoje, de ser um ministro, porque ser um secretário de Estado em São Paulo é como se fosse. A gente sabe da competência do Vinicius, ele é catarinense e vem com uma experiência de gestão com o governador Dória. Tenho certeza de que se decolar esse projeto, ainda vamos fazer um estudo de cenário, ele pode ser nosso candidato em Florianópolis.

Florianópolis ou Blumenau?

Florianópolis. A provocação ontem foi de que ele pode até ser um candidato a prefeito de Florianópolis. Ele sorriu, não falou nada.

Nos bastidores se fala que o prefeito Gean Loureiro, que está sem partido, também tem conversas com o PSDB. Existem essas conversas?

Há rumores. Eu não tive essa conversa com ele, a gente tem que deixar muito claro. Mas ele com certeza seria muito bem-vindo ao projeto do PSDB.

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Na sua cidade, Criciúma, o PSDB tem em Clésio Salvaro um nome natural para a reeleição. Mas, se for reeleito, ele poderia disputar uma eleição majoritária em 2022. O PSDB avalia indicar o vice de Clésio para não perder a cadeira lá na frente?

Sim. O prefeito até teve uma agenda hoje aqui em Brasília, fomos a ministérios buscar recursos para a cidade. Ele é um forte candidato, todos sabem. Ele se consolidou pela forma de fazer gestão. Podemos, sim, ter chapa pura em Criciúma porque o prefeito Clésio desponta no cenário estadual e pode estar numa majoritária. Pode, também, ser de outro partido. Tudo isso é uma construção que nós estamos fazendo.

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