Na vida pública desde os 18 anos, quando foi eleito vereador em Florianópolis, o prefeito Gean Loureiro (MDB), 46, garante que não existe nova ou velha política, mas políticos “adequados aos novos tempos”. Ele se considera um. No Cabeça de Político desta semana, o prefeito admitiu ao colunista Upiara Boschi o desconforto com o desgaste do MDB, mas garantiu que está focado na administração e que só vai pensar em mudança partidária no segundo semestre.
Continua depois da publicidade
Veja a íntegra da entrevista no Cabeça de Político:
Leia trechos da entrevista:
O senhor é uma pessoa muito identificada com a política. Vai conseguir sobreviver à chamada “nova política”?
Mesmo tendo começado muito jovem, com 18 anos, sempre busquei me atualizar, tendo novas ideias e acompanhando a realidade do novo sempre. Desde muito cedo. Eu iniciei muito cedo a participação nas redes sociais, quando muitos políticos ainda não participavam. As minhas propostas de trabalho na prefeitura não buscam apenas uma ideologia, mas uma gestão mais eficiente com resultados concretos. Nesse sentido, acho que não existe nem nova e nem velha política, existe o político adequado aos novos tempos.
Continua depois da publicidade
Muito se fala sobre a possibilidade de o senhor deixar o MDB, que vem de desgastes nacionais que afetam o Estado, afeta o município. Pretende deixar o partido?
Não pretendo ter qualquer tipo de mudança partidária neste momento. O que nós temos que avaliar é que as pessoas estão mais preocupadas com a gestão pública do que com o partido. Eu administro com base naquilo que a população acredita. É óbvio que estou insatisfeito com a direção nacional do MDB, que eu não posso acreditar que a mudança necessária vá acontecer e que isso desanima todos os quadros. Tenho uma boa relação com todas as lideranças estaduais do MDB, sempre fui muito leal ao partido, mas a população demonstra a insatisfação que eu também tenho sentido com os rumos das lideranças nacionais.
O senhor tem um prazo para decidir futuro partidário?
Essa avaliação deve acontecer no segundo semestre. Meu foco agora é a administração municipal, não discutir partido político.
O senhor vem de uma série de atos e inaugurações, como o elevado no Sul da Ilha. A gestão Gean está ganhando cara nos últimos tempos?
Continua depois da publicidade
Ela vive agora o melhor momento. A cidade vive seu melhor momento. Tivemos um primeiro ano de necessidade de ajustes fiscais. Florianópolis não tinha uma única certidão para buscar financiamentos. Ela recuperou a credibilidade no mercado interno, o que permite licitações com valores mais baixos porque pagamos em dia os fornecedores. Credibilidade junto ao mercado financeiro que está permitindo emprestar recursos para a prefeitura poder viabilizar obras. E uma equipe muito qualificada no colegiado, que tem um foco de atuação sob o meu comando. Agora é o momento de apresentar mais resultados. A população está sentido que aquele esforço de austeridade está dando resultados de médio prazo.
Tem coisas que o senhor como candidato achava que seriam mais fáceis de resolver?
Não imaginava que a situação financeira da prefeitura estivesse na situação em que estava. Tive que enfrentar muitos desafios, felizmente fui vitorioso. Seja no primeiro pacote de medidas de ajuste, seja na transformação da Comcap em autarquia, seja na permissão de utilização das Organizações Sociais (OSs), que foram embates políticos difíceis em que a sociedade se colocou ao lado da prefeitura.
Tem algum arrependimento sobre como foram lançados esses projetos?
Não teria como fazer de outro jeito. O primeiro projeto eu não tive tempo de me comunicar com a sociedade de maneira correta explicando, mas se eu não realizasse no primeiro momento não teria condições políticas de aprovar na Câmara. Eu conheço razoavelmente o parlamento. Tem momentos em que você aprova naquele instante ou não consegue aprovar mais. Aquele pacote firme, duro e necessário viabilizou o resultado da gestão que está acontecendo agora.