Assim que deixou a sede da Polícia Federal em Florianópolis, após passar o dia e parte da noite de terça-feira detido por determinação judicial no âmbito da Operação Chabu, da Polícia Federal, Gean Loureiro iniciou sua própria operação. Com uma transmissão ao vivo nas redes sociais e uma longa entrevista coletiva, deflagrou a tentativa de minimizar os danos da rápida prisão e do afastamento do cargo de prefeito da Capital que ainda não conseguiu derrubar.
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Essa operação para reduzir o estrago político se manteve ontem com participações ao vivo em emissoras de rádio e televisão. Gean precisava mostrar firmeza nas respostas e na tese de que foi injustiçado com a prisão temporária em uma investigação em que não seria alvo, mas alguém citado indevidamente. Um equívoco que teria começado a ser desmanchado com a revogação da prisão no mesmo dia e que logo seria encerrado com a volta ao cargo de prefeito.
O ex-emedebista mostrou essa firmeza diante de câmeras e microfones. No entanto, a quarta-feira terminou com o vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB) ainda no exercício do cargo. A defesa de Gean apresentou o pedido junto ao Tribunal Regional Federal da 4a Região para que fosse derrubada o afastamento por 30 dias, mas não há prazo o desembargador federal Leandro Paulsen analisá-lo.
Desde que foi solto, Gean controla a narrativa diante do silêncio da PF. Ele relata o que se investiga, o que se pergunta, o que os delegados comentaram sobre suas respostas, quais os encaminhamentos possíveis, etc. Entretanto, enquanto não houver uma posição oficial da instituição, é sempre bom lembrar que o prefeito afastado é parte da investigação – em uma profundidade e nível de protagonismo ainda a ser revelado.
Cautelosa na terça-feira, a oposição ao prefeito reagiu à tentativa de minimizar os efeitos da prisão. Os vereadores que compõem o bloco de esquerda – Afrânio Boppré (PSOL), Lela (PDT), Lino Peres (PT) e Marquito (PSOL), soltaram nota em que ironizam a suposta “trama política contra o prefeito”, “usando agentes da PF de Brasília e um desembargador do TRF-4”. Vereador e pré-candidato a prefeito, Pedrão Silvestre (PP) cobrou a versão dos investigadores para que se dê a dimensão do envolvimento de Gean na Operaçao Chabu.
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– As respostas do prefeito fazem parecer que ser preso pela Polícia Federal e ser conduzido a prestar depoimento é algo supernatural. Não é – diz o pepista.
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