O atual projeto catarinense do PSB nasceu em 30 de agosto de 2013, quando o então presidenciável Eduardo Campos veio a Santa Catarina para uma série de agendas que incluía a filiação de Paulo Bornhausen à legenda. Na época, solenizei aquele momento dizendo que “o sobrenome Bornhausen, um ícone do liberalismo no Brasil, a partir desta sexta-feira faz parte do Partido Socialista Brasileiro (PSB)”.

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No dia 27 de março, passados seis anos e meio da gênese desse processo, é vez de Paulo Bornhausen ir a Brasília encontrar Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB desde a morte de Eduardo Campos nos primeiros dias da campanha presidencial de 2014. Será uma conversa definitiva sobre a co-existência entre uma direção nacional que busca um retorno às origens de esquerda e um núcleo catarinense formado por herdeiros do antigo PFL.

Embora a ideia de uma diáspora do PSB catarinense rumo a outra sigla seja tema corrente desde as eleições do ano passado – com a consolidação eleitoral da onda conservadora -, o tema é tratado com cautela pelos dirigentes. O partido tem em Santa Catarina três deputados estaduais e um federal presos à fidelidade partidária: não é possível deixar a legenda sem apresentar justa causa. Prefeitos, no entanto, debandam. Luciano Buligon, de Chapecó, foi expulso ano passado ao anunciar apoio a Jair Bolsonaro; Mario Hildebrandt, de Blumenau, e Fabrício Oliveira, de Balneário Camboriú, pediram desfiliação.

Manter o time coeso, seja qual for o destino, é o principal desafio de Bornhausen como dirigente partidário. Maior até do que o de 2013, quando pegou um partido que existia apenas formalmente em Santa Catarina e fez dele uma legenda de fato na vida política do Estado.

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