Semana passada os governadores das regiões Sul e Sudeste, entre eles o catarinense Carlos Moisés (PSL), reuniram-se para falar de temas comuns e defender a aprovação da reforma da Previdência. Comprometeram-se a atuar junto aos deputados federais de seus Estados no convencimento para que votem o polêmico texto enviado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Continua depois da publicidade
Se o presidente depender dos governadores para tirar do papel a chamada Nova Previdência, vai acabar cometendo o erro dos antecessores Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT). Especialmente a petista, que em diversos momentos chamou os governadores com acenos de renegociação das dívidas para que pressionassem os parlamentares em relação a seus projetos.
Dificilmente um governador tem poder de pressão e convencimento sobre os deputados e senadores do Congresso. A relação deles é com o Planalto, via emendas e cargos, e com a base de prefeitos. O governador influi sobre os deputados estaduais.
Leia também: CPI dos Benefícios sobe no telhado
Em alguns raros casos, a força da liderança política de um governador faz com que seja levado em conta. Luiz Henrique da Silveira, morto em 2015, era um desses, especialmente pelo hábito de nomear deputados federais para o secretariado, promovendo suplentes. Raimundo Colombo (PSD) nunca conseguiu exercer esse tipo de liderança. Moisés vai por caminho semelhante, considerando que nem mesmo a bancada do PSL foi ouvida na formação do governo estadual.
Continua depois da publicidade
Para formar base e aprovar a reforma da Previdência, Bolsonaro terá que negociar diretamente com os deputados federais – com risco de cair no toma lá, dá cá. Ou, uma solução mais engenhosa, prometer aos prefeitos algo que os lance aos calcanhares dos parlamentares.
Assembleia na Câmara
A sessão desta quarta-feira na Câmara dos Deputados teve um encontro catarinense. A deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) presidia os trabalhos quando recebeu Ismael dos Santos (PSD), deputado estadual. A tucana anunciou a presença do parlamentar da Alesc e recebeu dele um exemplar do relatório da Comissão de Prevenção e Combate às Drogas sobre experiências de recuperação de usuários em comunidades terapêuticas.
Na luta
Se depender da deputada estadual Luciane Carminatti (PT), a CPI dos Benefícios Fiscais não sobe no telhado.
O pedido apresentado por Laércio Schuster (PSB) com 22 assinaturas continua em análise na Procuradoria.
Continua depois da publicidade
— Para se ter uma ideia, os benefícios concedidos pela Fazenda estadual, sem autorização da Alesc, somam mais de 20 mil páginas! Esse volume todo precisa ser analisado em detalhes – diz a petista.