Desde o início do ano, os governadores do Sul e Sudeste do Brasil tomaram a iniciativa de produzir encontros de unificação de agendas e bandeiras comuns às regiões, tentando dar a suas reivindicações o peso político equivalente ao que os tamanhos de suas populações e economias representam. Até agora foram realizadas quatro reuniões do chamado Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).

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O quinto encontro, entre 18 e 19 de outubro, será em Florianópolis. O governador Carlos Moisés (PSL) será o anfitrião dos colegas Eduardo Leite (PSDB, do Rio Grande do Sul), Ratinho Junior (PSD, do Paraná), João Dória (PSDB, de São Paulo), Wilson Witzel (PSC, do Rio de Janeiro), Romeu Zema (Novo, de Minas Gerais) e Renato Casagrande (PSB, do Espírito Santo).

Esses Estados respondem por 71% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e sentem-se preteridos na distribuição de recursos federais. Boa parte da agenda que une o grupo trata de renegociação das dívidas e aumento de repasses. É interessante como, à exceção do capixaba Renato Casagrande, os demais governadores orbitam o espectro político entre a centro-direita e a direita não bolsonarista. Pode ser o embrião de algum trilho político – ainda é cedo para especular, mas convém ficar atento a tudo de que participa João Dória. 

No encontro de Florianópolis, os governadores sul-sudestinos devem voltar a bater na tecla da distribuição aos Estados dos recursos originados no pagamento da Petrobrás à União como cessão onerosa por exploração do pré-sal. O Senado autorizou a distribuição de R$ 10,5 bilhões a Estados e municípios, mas adotou como critério de distribuição apenas os fundos de participação dos entes – que privilegiam as regiões com menor PIB.

Os Estados do Sul e Sudeste defendem que outros critérios entrem na cesta, como o Fundo de Exportação e a Lei Kandir. Em Santa Catarina, Carlos Moisés avalia que o critério aprovado no Senado tira cerca de R$ 100 milhões da cota que caberia ao Estado. A articulação dos governadores será para que o texto do Senado seja alterado na Câmara – e para isso será necessário, para começar, contar com o apoio uníssono das bancadas dos Estados do Cosud. 

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