Os peemedebistas de Santa Catarina devem encher o CentroSul, em Florianópolis, na tarde de hoje, para celebrar a volta informal do partido ao comando do Estado. Os momentos e os contextos são diferentes, mas o evento guarda semelhanças com outro comício que lotou o mesmo local em maio de 2010. Na época, o antigo DEM reuniu-se para mostrar força e garantir que não abriria mão de lançar Raimundo Colombo ao governo estadual – com ou sem tríplice aliança.

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Passados quase oito anos, Colombo estará mais uma vez no palco, formalizando a licença que entrega a caneta do Estado para o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB). O peemedebista foi empossado de forma interina diversas vezes ao longo dos sete anos em que em compôs o governo com o hoje pessedista. A festa que será promovida hoje é uma forma de mostrar força do partido diante dos demais partidos e provar que pode liderar a aliança governista – Pinho Moreira é o nome da vez neste projeto.

O comício demista de 2010 – com direito à presença de nomes nacionais do partido e o lançamento de uma chapa pura – foi antecedido por outros gestos que acabaram consolidando a posição de Colombo e que ajudaram à pretensão da legenda de liderar o comboio da tríplice aliança com PMDB e PSDB. Outro gesto foi tomado dia 23 de março, dois dias antes da renúncia de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e posse definitiva de Leonel Pavan (PSDB), quando o partido anunciou que deixaria os cargos de primeiro escalão e não participaria do mandato tampão do tucano. Um ato para esvaziar a gestão de Pavan, na época ainda pré-candidato.

O gesto também se repete agora. O PSD anuncia o desembarque em conjunto com os aliados PP e PSB. Nada brusco, nunca é. Pré-candidato do partido, Gelson Merisio – defensor maior da saída e do fim da aliança com o PMDB – diz que as exonerações vão acontecer quando Colombo renunciar oficialmente, em abril.

— Saímos juntos. Quem tiver incompatibilidade com esse exercício provisório de governo do PMDB, pode sair antes. Quem ficar depois, será por decisão pessoal e precisará se licenciar do partido — afirma.

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Merisio não estará no evento. Diz que a festa é do PMDB, que a legítima, etc. Garante que o PSD fará um grande ato de celebração a Colombo depois da renúncia. Se tudo sair dentro dos planos do pré-candidato, pode ser um ato com o mesmo peso que teve a festa do DEM para Colombo em 2010. Agora, no entanto, é a vez dos peemedebistas rugirem.