– Como ficaram os favoritos?

Essa é a pergunta que mais ouço desde que terminou a apuração dos votos na eleição catarinense, na noite de domingo. Venho aqui agora prestar contas dos prognósticos. Para quem não sabe, apresentei pela segunda eleição estadual consecutiva uma lista de candidatos favoritos para as vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara. A lógica, mais do que apostar vagamente, é apresentar ao leitor quais nomes demonstraram campanhas mais competitivas e chegaram mais fortes à eleição. Assim como aconteceu com todos os partidos, a Onda 17 de Jair Bolsonaro também afetou meus prognósticos, mas o índice de acerto foi satisfatório – mesmo no PSL.

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Dos 40 eleitos para a Assembleia Legislativa, 33 estavam na minha lista de favoritos – 82,5% de acerto. Dos 16 eleitos para a Câmara dos Deputados, 14 constavam na relação – 87,5%.

Veja quem confirmou, quem surpreendeu e como ficaram as projeções de eleitos por partido/coligação:

Câmara dos Deputados

PSL – 4 vagas (eu disse que seria de 1 a 2)

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Daniel Freitas – Estava na lista

Caroline de Toni – Estava na lista

Fábio Schiochet – Estava na lista

Coronel Armando – Não estava na lista

A onda Bolsonaro era o maior fator de imprevisibilidade da lista. Nem integrantes do PSL falavam na conquista de quatro cadeiras. Citei os três que pareceram mais consistentes e o trio emplacou.

MDB/PR – 3 vagas (eu disse que seriam de 4 a 6)

Carlos Chiodini (MDB) – Estava na lista

Celso Maldaner (MDB) – Estava na lista

Rogério Peninha (MDB) – Estava na lista

Imaginava pelo menos uma cadeira a mais para os emedebistas, mas acertei os nomes de quem entrou.

PSD/PP – 3 vagas (eu disse que seria de 4 a 6)

Angela Amin (PP) – Estava na lista

Darci de Matos (PSD) – Estava na lista

Ricardo Guidi (PSD) – Estava na lista

Também previ pelo menos uma cadeira a mais, mas acertei os nomes. Se a candidatura de João Rodrigues (PSD) for liberada, ele se elege e a coligação faz uma cadeira a mais – também citei essa possibilidade.

PSDB/PPS – 2 vagas (eu disse que seria de 2 a 3)

Geovânia de Sá (PSDB) – Estava na lista

Carmen Zanotto (PPS) – Estava na lista

A chapa liderada pelo PSDB dava sinais de que talvez não tivesse fôlego para reeleger os três parlamentares que a integram. Faltou voto para tucano Marco Tebaldi, mas o prognóstico previa a possibilidade de perda de uma cadeira.

PRB/PSB – 2 vagas (eu disse que seria de 2 a 4)

Hélio Costa (PRB) – Estava na lista

Rodrigo Coelho (PSB) – Estava na lista

Além de acertar os nomes, a lista indicava o apoio da Igreja Universal a Hélio Costa, fundamental para estadualizar a candidatura e fazer do apresentador de televisão o mais votado.

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PT – 1 vaga (eu disse que seria de 2 a 3)

– Pedro Uczai – Estava na lista

A segunda vaga do PT, que seria de Ana Paula Lima (estava na lista), foi perdida nos últimos votos para o PSD.

Novo – 1 vaga (eu disse que não elegeria)

Gilson Marques – Não estava na lista

O Novo foi a maior surpresa de uma eleição cheia de surpresas. Não incluí nomes do partido entre os favoritos por achar que o partido não superaria o quociente eleitoral e que, se superasse, dificilmente um candidato teria votos próprios superiores a 10% desse quociente – exigido para assumir a vaga. O Novo realmente não alcançou os 221,7 mil votos do quociente eleitoral, fez 187,4 mil. Mas este ano uma mudança nas regras permitiu que todos os partidos participassem da disputa das vagas remanescentes (4 cadeiras). Com isso, o partido ficou com a última cadeira. Marques conseguiu superar os 10% – fez 27,4 mil votos e eram necessários pelo menos 22,1 mil. Mas se os votos de João Rodrigues forem validados, o Novo perde a cadeira para o deputado federal.

Assembleia Legislativa

MDB/PSDB – 11 vagas (eu disse de 10 a 13)

Valdir Cobalchini (MDB) – Estava na lista

Fernando Krelling (MDB) – Estava na lista

Mauro de Nadal (MDB) Estava na lista

Volney Weber (MDB) – Não estava na lista

Jerry Comper (MDB) – Estava na lista

Luiz Fernando Vampiro (MDB) – Estava na lista

Moacir Sopelsa (MDB) – Estava na lista

Ada de Luca (MDB) – Estava na lista

Romildo Titon (MDB) – Estava na lista

Vicente Caropreso (PSDB) – Estava na lista

Marcos Vieira (PSDB) – Estava na lista

Acertei a projeção de vagas e quase todos os nomes (confesso que achei que teria um tucano a mais). Errei um nome: Volnei Weber, ex-prefeito de São Ludgero não estava nas minhas previsões.

PSD/PP/PSC – 9 vagas (eu disse que seria de 11 a 14)

Júlio Garcia (PSD) – Estava na lista

Ismael dos Santos (PSD) – Estava na lista

Marlene Fengler (PSD) – Estava na lista

Kennedy Nunes (PSD) – Estava na lista

Milton Hobus (PSD) – Estava na lista

Zé Milton Scheffer (PP) – Estava na lista

João Amin (PP) – Estava na lista

Altair Silva (PP) – Estava na lista

Jair Miotto (PSC) – Estava na lista

A projeção previa que a chapa elegesse mais cadeiras. Nessa disputa, pessedistas e pepistas parecem ter sido mais atingidos pela Onda 17 do que o MDB. Mas os nomes estavam todos na lista.

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PSL – 6 vagas (eu disse que seria de 1 a 2)

Ricardo Alba – Estava na lista

Felipe Estevão – Não estava na lista

Coronel Mocellin – Não estava na lista

Sargento Lima – Não estava na lista

Ana Caroline Campagnolo – Não estava na lista

Jessé Lopes – Estava na lista

A Onda 17 bagunçou todas as projeções, inclusive a minha. Previ de uma a duas vagas e citei apenas três nomes – acertei dois. Dois dos eleitos, Estevão e Ana Caroline, estavam na pré-lista e não entraram porque não acreditei que o PSL faria tantas cadeiras.

PSB/PRB – 4 (eu disse que seria de 2 a 4)

Laércio Schuster (PSB) – Não estava na lista

Nazareno Martins (PSB) – Estava na lista

Bruno Souza (PSB) – Estava na lista

Sérgio Motta (PRB) – Estava na lista

Acertei a proporção e a aposta de que seria uma disputa equilibrada entre vários nomes. Faltou incluir entre eles Laércio Schuster, ex-prefeito de Timbó.

PT – 4 ( eu disse que seria de 3 a 5)

Luciane Carminatti – Estava na lista

Neodi Saretta – Estava na lista

Padre Pedro Baldissera – Estava na lista

Fabiano da Luz – Não estava na lista

Acertei a proporção, o indicativo de redução da bancada e que os três deputados que concorriam a reeleição eram os mais cotados. Mas errei de ex-prefeito na hora de apostar nas possíveis novidades: indiquei Carlito Merss (Joinville) e Paulo Eccel (Brusque), mas entrou Fabiano da Luz (Pinhalzinho).

PR – 3 vagas (eu disse que seria de 2 a 4)

Marcius Machado – Estava na lista

Nilso Berlanda – Estava na lista

Maurício Eskudlark – Estava na lista

Acertei a proporção e os nomes na equilibrada chapa montada por PR, PPS e outros – mas que só elegeu partidários do senador eleito Jorginho Mello.

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PDT – 2 vagas (eu disse que seria de 2 a 4)

Paulinha – Estava na lista

Rodrigo Minotto – Estava na lista

Disse que Paulinha poderia surpreender e deixar para trás os deputados Natalino Lazare (Podemos) e Cesar Valduga (PCdoB), que estavam na coligação e não se reelegeram. Surpreendeu tanto que foi a quinta mais votada.

PV/DEM – 1 vaga (eu disse que seria de zero a uma)

Ivan Naatz (PV) – Estava na lista

A chapa privilegiava candidaturas do DEM, mas que surpreendeu e ficou com a vaga foi o ex-vereador blumenauense Ivan Naatz – que só não surpreendeu a lista de favoritos, pois estava incluído.

PSOL – zero vagas (eu disse que seria de uma a duas)

A consistência das candidaturas do partido na Capital acabou me impressionando mais do que deveria. Elson Pereira foi no deputado estadual mais votado em Florianópolis, Marquito foi o terceiro. Mas sem capilaridade no resto do Estado faltou força ao partido para eleger seu primeiro deputado.