Repare bem a entrevista do deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) no Cabeça de Político desta semana. Ali ele sinaliza a saída do PSD e a disposição de concorrer a prefeitura de Joinville mais uma vez, sem bater par ou ímpar com o deputado federal Darci de Matos (PSD). Isso está dito expressamente, mas as entrelinhas também são importantes.
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Vai ficando clara a movimentação do grupo de Gelson Merisio (PSD), candidato derrotado ao governo ano passado. Merisio está de mudança para Joinville, movimento aplaudido por Kennedy. Vai ficando claro que a convenção do partido em junho, com convenção ou não, é o ponto de ruptura desse grupo com os setores ligados a Raimundo Colombo e Júlio Garcia. No impasse entre os dois grupos, o presidente nacional Gilberto Kassab (PSD) arbitra em favor do ex-governador e do presidente da Assembleia Legislativa. E, assim, cria-se a justa causa para que os deputados da sigla possam mudar de endereço.
São adiantadas as conversas para Merisio aportar no PP do senador Esperidião Amin. É um partido que está na órbita do ex-deputado desde 2013, pelo menos, e onde ele construiu ascendência sobre diversos grupos. De olho em 2022, Merisio quer um partido já estruturado no Estado. Seu bunker será Joinville, órfã de liderança estadual desde a morte de Luiz Henrique da Silveira. Uma espécie de tratado de tordesilhas será desenhado com a família Amin, preservando Florianópolis da influência de Merisio.
Ao mesmo tempo, nomes como Kennedy Nunes devem procurar outro partido – uma sigla que caminhe em conjuntos. O destino mais provável é o DEM, em processo de reconstrução no Estado. A sigla tem o ex-deputado federal João Paulo Kleinübing na presidência estadual, um nome forte no Vale do Itajaí. Em breve, deve filiar o prefeito chapecoense Luciano Buligon – colocando uma base no Oeste. Kennedy representa o Norte e o delegado Ulisses Gabriel, recém-filiado, o Sul. Em silêncio, um projeto ganha corpo.
Veja a entrevista no Cabeça de Político:
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