A iniciativa da Fiesc e da Fecomércio de assumirem as rédeas do debate sobre a medida provisória 220, que altera regras da cobrança do ICMS, esvaziou o primeiro grande embate entre PMDB e PSD na Assembleia Legislativa. Ao costurarem um acordo para mudanças no texto, na semana passada, as entidades impediram que a sessão de amanhã, quando será votada a admissibilidade do texto, virasse um confronto entre o atual e o antigo governo.

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Historicamente defensora da redução do ICMS da indústria, a Fiesc tratou de defender a MP desde o primeiro momento – pelo texto, a alíquota cai de 17% para 12%. Frente à reação da Fecomércio e dos setores beneficiados por incentivos fiscais que dependem dos créditos gerados pelas diferenças de alíquota, novamente coube à entidade costurar o consenso.

Até então, o pessedista Gelson Merisio, pré-candidato ao governo, usava a medida para fustigar o governo de Eduardo Pinho Moreira (PMDB), possível adversário. Isso em um contexto em que o atual secretário da Fazenda, Paulo Eli, promove uma verdadeira desgavazzonização da pasta – qualquer ligação com o ex-secretário Antonio Gavazzoni (PSD) tem levado a exonerações.

Jogando por dentro, a Fiesc convenceu a Fecomércio a abraçar um acordo em que o setor têxtil – principal prejudicado com as mudanças – fica fora das regras da MP. Imediatamente, o governo estadual aceitou as sugestões e ajudou a esvaziar o clima de disputa que se previa para amanhã. Ainda se discute a forma como será feita a mudança no texto. Provavelmente uma emenda à MP, em forma que será discutida entre e hoje e amanhã.

É possível que ainda haja algum barulho, porque os atacadistas não estão contemplados e grandes redes como a Havan perdem vantagens competitivas. Luciano Hang, dono da empresa, foi o primeiro a criticar as mudanças – chegou a dizer que Pinho Moreira e Paulo Eli não sabiam pilotar o avião -governo.

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Se não se confirmar mesmo amanhã a disputa entre PMDB e PSD em plenário, certo é que chances não vão faltar. O clima entre os ex-aliados é cada vez pior. Se antes era necessário que Merisio tomasse a iniciativa dos conflitos, agora basta que as lideranças pessedistas olhem as demissões no Diário Oficial do Estado.

Tebaldi responde

O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) reagiu à informação que de que o vereador joinvilense Fernando Krelling (PMDB) tem sido estimulado a concorrer a uma na Câmara dos Deputados. O movimento teria as digitais do prefeito Udo Döhler (PMDB), como forma de atrapalhar a reeleição do tucano e a candidatura do deputado estadual Darci de Matos (PSD) a uma vaga em Brasília.

— Em vez do grupo ligado ao prefeito Udo Döhler querer atrapalhar o projeto político dos outros, é melhor cuidar do município, onde fazem uma administração medíocre. Aliás, o prefeito Udo já é considerado por boa parte da população como o pior prefeito da história de Joinville — afirma a tucano.