A passagem de Lula por Santa Catarina no final de semana contou com um cerimônia de batismo. Com o Largo São João Paulo II, entre as simbólicas Catedral Metropolitana e Praça XV de Novembro tomadas por militantes petistas e simpatizantes, o ex-presidente assinou a ficha de filiação do PT do desembargador aposentado Lédio Rosa de Andrade. Ele não se intimidou, falou com segurança para seu novo público e mostrou que pode mesmo ser o candidato a governador do partido este ano.
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A verve de Lédio já havia chamado atenção ano passado, no velório do amigo Luiz Carlos Cancellier. Ainda desembargador do Tribunal de Justiça, dizia estar com vergonha da condição de magistrado: “porcos e homens se confundem, fascistas e democratas usam as mesmas togas, temos que pará-los”. No sábado, o novo petista voltou a criticar a atuação do Judiciário e do Ministério Público Federal. Música para os ouvidos da plateia que rapidamente o acolheu.
Lembrou a Novembrada, a manifestação contra o presidente/general João Figueiredo em 1979, ali ao lado, no Palácio Cruz e Souza. Disse que o país vive agora outra ditadura “talvez pior, porque feita em nome da Justiça e da moral, mas com terríveis intenções por trás”. Lula gostou da referência e dirigiu-se a Lédio dizendo que retribui a filiação com a garantia de sua inocência no processo em que foi condenado.
A passagem por Florianópolis foi até o agora o momento mais tranquilo da caravana de Lula pelo Sul do Brasil. Houve protestos, mas facilmente controlados pela Polícia Militar. Valeu a palavra dada pelo governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) de garantir a segurança do ex-presidente e de seus apoiadores. Em Chapecó, a situação foi mais tensa, mais parecida com o que se viu no Rio Grande do Sul. Excessos à parte, é natural: o Sul já era a região mais hostil a Lula e ao PT nas urnas nas últimas eleições.
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