A política deu o tom da festa do aniversário de Lages, no sábado, com a ato de reinauguração da histórica Praça João Costa. A obra faz parte de um pacote do prefeito Antonio Ceron (PSD) para revitalização do centro da cidade. No palanque, no entanto, o que chamou atenção foi o recado do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) para o governador Carlos Moisés (PSL), cobrando a abertura da segunda ala do Hospital Tereza Ramos, obra iniciada na gestão pessedista.

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– Espero que concluam o Hospital Tereza Ramos. Essa não é, como diz o representante do governador, uma obra do partido a ou b, do político a ou b. O lageano não aceita ser perseguido e nem enrolado – disse Colombo.

Carlos Moisés foi convidado para o evento, mas designou para representá-lo o lageano Juliano Chiodelli, presidente da Junta Comercial do Estado (Jucesc). Ele falou antes do ex-governador e enfatizou o discurso do atual governo sobre o corte de gastos a realização de obras com recursos do caixa. A resposta de Colombo foi à parte em que Chiodelli disse que “o governo tem assumido todos os compromissos dos governos anteriores porque as necessidades não são das pessoas ou dos partidos políticos, são das pessoas”.

A farpa do ex-governador para o atual tem como pano de fundo a sucessão em Lages. A candidatura à reeleição de Antonio Ceron não está confirmada – existe a expectativa de que a entrega de obras como a revitalização da praça possa melhorar a avaliação do pessedista, mas o grupo trabalha com a possibilidade de lançar o procurador Lio Marcos Marin como candidato da situação.

Enquanto a atual gestão titubeia, os adversários se mexem. Disposto a derrotar o antecessor Colombo em sua terra natal, Carlos Moisés convidou o vereador Lucas Neves (PP), recordista de votos em 2016, para ser candidato pelo PSL. O vereador deve deixar o PP para ser candidato a prefeito ou vice, já que o partido está com Ceron – é pepista o vice-prefeito Juliano Polese.

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Na Câmara, Lucas tem liderado as discussões sobre o que falta para a entrega da segunda ala do Tereza Ramos – convocou, inclusive, uma audiência pública sobre o tema. Aliados de Colombo dizem que é a tentativa de criar um fato político, enquanto no Centro Administrativo o discurso é de que o ex-governador diz ter concluído a obra tem ter conseguido de fato. Está em andamento uma auditoria sobre as obras e equipamentos contratados e o secretário estadual de Saúde, Hélton Zeferino, garante a entrega de 46 leitos de internação e 10 leitos de UTI no segundo semestre de 2020.

Além do grupo pessedista, com Ceron ou Marin, e da oposição liderada por Neves, existe também a expectativa sobre a decisão da deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) de concorrer à prefeitura. No início do ano, falava-se de uma chapa liderada por ela, com Lucas Neves de vice. A possibilidade fica mais remota com o convite de Moisés ao vereador – que pode ter como vice o secretário municipal Samuel Ramos, de malas prontas para trocar o PSD pelo DEM.

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