Havia expectativa de que com menos dinheiro para as campanhas eleitorais, o número de candidatos a deputado estadual e federal seria reduzido nas eleições deste ano. Nessa lógica, os partidos concentrariam esforços em nomes competitivos – especialmente na disputa pela Câmara dos Deputados. A primeira impressão, isso não aconteceu.
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Em Santa Catarina, foram registradas 462 candidaturas a deputado estadual e 241 a deputado federal. Nos dois casos, temos mais postulantes do que na eleição de 2014. Na corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa, eram 409 concorrentes há quatro anos – 53 a menos. Para a Câmara, o salto impressiona mais: eram 128 candidatos em 2014, praticamente a metade da disputa deste ano.
Uma análise mais detalhadas dos números de candidaturas, no entanto, mostra que esse inchaço é resultado de estratégias diferentes de partidos menores. Nas maiores siglas, a quantidade de postulantes permaneceu estável. As sete maiores legendas em Santa Catarina – MDB, PSD, PT, PP, PSDB, PR e PSB – lançaram 181 candidatos a deputado estadual agora, contra 183 em 2014.
Assim, a ampliação de candidaturas à Alesc é explicada na prática pela presença das chapas que apoiam nomes que disputam o governo do Estado: Carlos Moisés (PSL) tem 41 candidatos a deputado estadual, o Patriota de Jessé Pereira tem 31 nomes e Rogério Portanova conta com 17 postulantes da Rede. Em 2014, a Rede não existia formalmente e as outras duas siglas somaram apenas 15 candidaturas.
Para deputado federal, a conta é parecida – embora não explique tudo. PSL, Patriota e Rede somam 44 candidaturas este ano em um espaço onde havia um único nome do PSL em 2014. Mesmo assim, é interessante observar o aumento do número de postulantes nos sete maiores partidos: 16 candidaturas a mais. Os responsáveis pelo crescimento são o MDB, que passou de 11 para 17 candidatos, o PSDB (13 para 17) e o PSB (9 para 14). Partidos menores como PSOL e o PTC também apostaram no aumento de número de candidaturas.
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Nessa conta, é preciso prestar atenção em duas variáveis que explicam termos o dobro de candidatos a deputado federal. O rompimento da aliança entre MDB e PSD acabou com o chapão – todos os partidos que apoiaram a reeleição de Raimundo Colombo (PSD) coligaram na eleição para Câmara. Como resultado, PSDB e PP também fizeram a mesma estratégia, o que reduziu candidaturas e surpresas de quociente eleitoral. Este ano, os 15 partidos que apoiam Gelson Merisio (PSD) dividiram-se em quatro sub-chapas, enquanto os nove de Mauro Mariani (MDB) estão disputando as vagas em três grupos.
A outra variável é cláusula de barreira que passa a valer este ano. Para terem acesso ao fundo partidário e horário eleitoral nas próximas disputas, o partidos precisam receber 1,5% dos votos válidos para deputado federal em pelo menos nove Estados. Em Santa Catarina, essa conta deve ficar em torno de 55 mil votos. Isso explica porque os menores partidos passaram de 62 para 163 candidaturas este ano. Quem não tem um nome que puxe essa quantidade de votos, vai pulverizar candidatos pelo Estado.
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