Está na reta final uma disputa de bastidores que movimenta o período prévio às eleições 2020 em Florianópolis. Até o final da próxima semana, o prefeito Gean Loureiro (DEM) deve definir quem será seu companheiro de chapa na disputa pela reeleição em novembro. A escolha envolve pesquisas, articulações e apoios políticos e está afunilada entre três nomes: o atual vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB), o empresário Topázio Silveira Neto (Republicanos) e o vereador Gui Pereira (PSC).
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Curiosamente, a troca do vice é uma tradição em Florianópolis desde que foi implantada a reeleição. Em 2000, Angela Amin trocou Péricles Prade por Murillo Capella, enquanto Dário Berger em 2008 escolheu para o lugar de Bita Pereira justamente João Batista Nunes – que agora pode ser vítima da prática que já o beneficiou. O que muda desta vez, no entanto, é que ambos os arranjos realizados na década passada levavam em conta a ampliação das alianças de Angela e Dario em suas reeleições.
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Desta vez, o arco de alianças do prefeito pré-candidato à reeleição é basicamente o mesmo. Espalhadas por 15 partidos em 2016, as lideranças políticas que apoiam Gean Loureiro estão coesas em seis legendas: DEM, PSD, PSDB, Podemos, Republicanos e PSC. Todos os partidos tem um pré-candidato a vice em uma disputa interna estimulada pelo próprio Gean desde o ano passado. Nessa corrida, estão em desvantagem os nomes do PSD, Marcelo Fett, e do Podemos, Carlos Guilherme Ziguelli.
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O trio João Batista, Topázio e Gui Pereira apresenta vantagens e desvantagens. O tucano conta com o respaldo do PSDB estadual e nacional, além de ter se mostrado leal e discreto como vice. Por sua vez, não disputa eleições individualmente desde 2010, quando tentou uma vaga de deputado estadual e ficou com a longínqua 11a suplência. Topázio traz para a chapa o figurino do empresário bem-sucedido – é fundador da Flex – e de fora da política, mas é entre os três o que tem menos proximidade com Gean. Gui Pereira se mostrou leal ao prefeito como presidente da Câmara de Vereadores no início do mandato e conquistou nos últimos meses um amplo apoio entre as igrejas evangélicas – Assembleia de Deus, Bola de Neve, Palavra Viva, Sara Nossa Terra, Quadrangular, Culto Livre e Mais em Cristo estariam com ele, enquanto a Universal apoia Topázio. Em desfavor de Pereira, a figura de político tradicional, em terceiro mandato como vereador, e a eleição para deputado federal em 2018, quando ficou com a sexta suplência.
O prefeito Gean Loureiro afirma que a decisão deve sair no final da próxima semana, após a conclusão de pesquisas em que serão analisadas a popularidade e também o perfil dos nomes na disputa interna. Ele rejeita a especulação de que a briga pela vaga de vice tenha ganho força pela expectativa de que, caso reeleito, ele possa renunciar para disputar as eleições estaduais em 2022.
– Tem duas coisas que eu digo para eles. A primeira é deixar claro que vou ser prefeito os quatro anos. A segunda é perguntar se eles estão preparados para não serem o vice – disse Gean, enfatizando que o mais importante é a unidade da coligação.
Na segunda-feira, o Podemos fez a convenção partidária em que aprovou o apoio a Gean. A tendência é de que outras quatro siglas – PSC, Republicanos, PSD e PSDB – façam no dia 9 de setembro, ainda antes da confirmação do nome do candidato a vice. A convenção do DEM, confirmando Gean como candidato a reeleição ainda não tem data prevista. O prefeito participou ativamente da construção das chapas de vereador de todas as legendas.
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– Nós optamos por ter apenas seis partidos e montamos boas chapas, nenhuma delas vai eleger menos de dois vereadores – garante Gean.
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