A prorrogação do primeiro turno das eleições municipais para 15 de novembro deu mais tempo para as conversas de bastidor para formação das candidaturas. Em Florianópolis, esse tempo extra tem servido para conversas entre as pré-candidaturas que tentam criar uma opção entre a reeleição do prefeito Gean Loureiro (DEM) e a frente de esquerda que deve ser liderada pelo professor Elson Pereira (PSOL).
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Nesse bloco estão pré-candidaturas de peso como a da deputada federal e ex-prefeita Angela Amin (PP), do vereador Pedrão Silvestre (PL) – o mais votado da história da Capital – e do ex-secretário José Carlos Rauen (MDB), homem de confiança do senador e ex-prefeito Dário Berger (MDB). Em comum, os três nomes mostram disposição para o diálogo que pode superar até mesmo a rivalidade política que dividiu as últimas quatro eleições de Florianópolis entre aliados dos Amin e de Berger.
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Essa reconfiguração política tem como ponto de partida o gesto de Gean Loureiro, eleito pelo MDB em 2016 e ex-aliado de Berger, em deixar a antiga sigla e se filiar ao DEM ano passado. Na busca da reeleição, ele tem aglutinada em torno de seu projeto uma forte composição com PSD, Republicanos, Podemos, PSC e PSDB. Essa concentração fez o esvaziado MDB alvo da cobiça de Pedrão e de Angela Amin.
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A aproximação entre Amins e emedebistas começou em fevereiro de 2019, quando Dário anunciou que votaria no rival Esperidião Amin (PP) para a presidência do Senado. Desde então, as conversas mantém um tom cordial e o emedebista chegou a ser elogiado por Angela. No entanto, o senador também mantém conversas com Pedrão, que se elegeu pelo PP, mas agora está no PL do senador Jorginho Mello. Na semana passada, o MDB da Capital lançou Rauen – ex-secretário de Desenvolvimento Urbano de Berger – como pré-candidato da sigla, o que não impede as conversas, muito pelo contrário.
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Entre os emedebistas, há dúvidas sobre a conveniência de compor com os Amin em primeiro turno, assim como sobre a viabilidade de Pedrão e o reforço ao projeto de Jorginho. Em princípio, os três senadores são pré-candidatos ao governo do Estado e a composição na Capital passa por esse ingrediente – e não se descarta que apoiem a mesma candidatura.
Outro fator é o PSL do governador Carlos Moisés, que tem como pré-candidato a prefeito o jornalista Gonzalo Pereira, mas mantém frente de conversa com PP e MDB. Os três partidos juntos na eleição de Florianópolis poderiam ser um símbolo de um governo de coalizão entre os três partidos sonhado por aliados de Moisés no Centro Administrativo.
Em outro campo político, a frente de esquerda se consolida em torno de Elson Pereira – terceiro colocado pelo PSOL em 2016. Apesar das reclamações públicas do PT de que deixa o bloco se o vereador Lino Peres não for o candidato a vice, a frente já tem PDT, PSB, PCdoB, Rede e UP. No espectro ideológico oposto, os bolsonaristas ainda procuram um nome que represente uma candidatura claramente à direta – entre os nomes está o suplente de deputado federal Edgar Lopes, do Patriota. Além deles, o Novo aprovou o advogado Orlando Silva como pré-candidato.
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