A mais surpreendente composição política das eleições 2020 em Florianópolis foi consolidada em menos de uma semana e definida no último dia do prazo para convenções partidárias: a deputada federal e ex-prefeita Angela Amin (Progressista) vai disputar a prefeitura da Capital em uma chapa que manteria como vice-prefeito o atual, João Batista Nunes (PSDB) – eleito com o adversário Gean Loureiro (DEM) em 2016.
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As conversas entre progressistas e tucanos começaram na sexta-feira, quando o atual prefeito anunciou que disputaria a reeleição com outro candidato a vice-prefeito: o empresário Topázio Silveira Neto (Republicanos). A decisão gerou revolta nos tucanos, que decidiram mudar de rumo. Apesar de pressão de vereadores do partido para continuar na chapa de Gean, o partido abriu negociações com Angela Amin e insinuou lançamento de candidatura própria – cujo candidato seria o próprio João Batista.
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Na noite terça-feira, o PSDB de Florianópolis aprovou em convenção os nomes dos candidatos a vereador do partido, mas deixou a definição sobre a candidatura majoritária nas mãos de uma comissão composta por Marcos Vieira (deputado estadual e presidente municipal), Geovânia de Sá (deputada federal e presidente estadual), os ex-deputados estaduais Gelson Merisio e Gilmar Knaesel e pelo próprio João Batista. A sinalização já era de que não seria repetida a composição com Gean.
Após um dia inteiro de conversas, no início da noite desta quarta-feira, os tucanos optaram pela composição com Angela Amin, que disputou o segundo turno contra a Gean/João Batista em 2016, vencida por 1.153 votos. Ela comandou a Capital por dois mandatos entre 1997 e 2004, ambas as vezes com apoio do PSDB. Na época, João Batista não era filiado ao partido.
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A trajetória do vice é historicamente construída como adversário do PP de Angela. Em 2004, foi eleito vereador pelo PDT e fez parte da base de apoio do então prefeito Dário Berger, ainda filiado ao PSDB. Em 2008, filiado ao PR (atual PL) foi eleito vice-prefeito na reeleição de Dário, já abrigado no PMDB (atual MDB).
Foi justamente o ex-prefeito, hoje senador, um dos elos da composição entre Angela e João Batista. A reaproximação política com a família Amin, através do contato com o senador Esperidião Amin (PP), ex-rival, em Brasília e a saída de Gean Loureiro do MDB em 2019, pavimentaram a aliança insólita que deve reunir uma frente de adversários históricos contra a reeleição do atual prefeito.
Até o final da noite desta quarta-feira, com detalhes a serem fechados nos próximos dias, o deve ser acertada a coligação com PP, PSDB e MDB, com possibilidade de adesão do PSL do governador Carlos Moisés – que ainda decide entre apoiar a progressista ou o vereador Pedrão Silvestre (PL).
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