Governador do Estado por dois períodos, vice eleito de Luiz Henrique (MDB) e Raimundo Colombo (PSD), Eduardo Pinho Moreira (MDB) é o entrevistado no Cabeça de Político desta semana – em sua versão podcast. Médico cardiologista, o ex-governador diz que a crise do coronavírus assusta mais como profissional de saúde do que como político – e defende as políticas de isolamento social.
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Ouça a íntegra do Cabeça de Político com Eduardo Pinho Moreira:
Pinho Moreira também faz críticas à condução da crise pelo governador Carlos Moisés (PSL) e pelo presidente Jair Bolsonaro. A ambos diz faltar humildade e capacidade de ouvir. Sobre o governador que o sucedeu, diz que as dificuldades de diálogo já se apresentavam antes da crise, mas que agora os prefeitos "estão abandonados".
– Ele está perdendo muito tempo nessas entrevistas coletivas dando estatísticas e números, coisa que qualquer assessor pode fazer. Ele devia dedicar este tempo para atender prefeitos, lideranças empresariais. Ontem (segunda-feira) participei de uma videoconferência com os prefeitos do MDB e a reclamação foi unânime. Estão simplesmente abandonados, ninguém conversa com eles.
Sobre Bolsonaro, o ex-governador diz não ver motivos para impeachment por causa da suposta interferência política na Polícia Federal, denunciada pelo ex-ministro Sérgio Moro – embora avalie que o embate com o ex-juiz lhe trará prejuízos. Critica os filhos do presidente como geradores de crise e diz que Bolsonaro não estava preparado para comandar o país.
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– O Bolsonaro tem uma qualidade muito evidente, que é a coragem. As outras eu não reconheço. Ele só é um homem corajoso, que conduz de forma tensa a relação com o Congresso, com os demais poderes. É um grande equívoco. Ele foi eleito por estar no lugar certo e na hora certa, mais do que por méritos próprios. Ulysses Guimarães dizia que a história não dá saltos. Ela tem que ser construída. Homens e mulheres que chegaram à Presidência da República pulando etapas, se deram mal.
Na conversa com o jornalista Upiara Boschi, o ex-governador também defende o corte de percentuais dos salários dos funcionários públicos – em todos os órgãos, exceção à saúde e segurança pública – como forma de canalizar recursos para o combate à pandemia. Sobre o MDB, defende que o partido se mantenha independente em relação ao governo Moisés e relembra como atuou para impedir que o deputado estadual Luiz Fernando Vampiro (MDB) assumisse a liderança do governo na Assembleia no início do ano.
– O MDB seria líder do governo na Assembleia se eu não bato na mesa na reunião da executiva. Todo mundo querendo ir.
Ouça a íntegra do Cabeça de Político em sua plataforma de podcasts preferida: