“O medo dele é que chegue no ouvido do Júlio”. A frase atribuída de Lúcia Garcia, irmã do presidente da Assembleia, Júlio Garcia (PSD), foi destacada na decisão da juíza Janaína Cassol Machado em atendimento aos pedidos de prisões e afastamentos de cargos na deflagração da Operação Alcatraz, da Polícia Federal. O interlocutor era Nelson Castello Branco Nappi Junior, o ex-secretário- adjunto de Administração preso preventivamente e acusado de integrar um suposto esquema de corrupção em contratos de terceirização de serviços.

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Lúcia era secretária de Nappi, apontado na decisão da magistrada como um afilhado de Júlio Garcia. Ela não está presa, mas teve determinado o afastamento da função de secretária-adjunta de Administração na prefeitura de Florianópolis, cargo que assumiu este ano. O pessedista teve dois domicílios na Capital alvos de busca e apreensão da PF na quinta-feira e disse em nota ter sido “surpreendido por uma operação policial e “que desconhece inteiramente as razões pelas quais teve seu nome envolvido nas investigações”.

Revelados os nomes dos 11 presos – seis preventivos, cinco temporários – e os elementos básicos de acusação sobre os supostos esquemas de propina na contratação funcionários terceirizados na Secretaria Estadual de Administração, ainda permanece a dúvida se o presidente Alesc desempenhou ou não algum tipo de papel na organização.

Em sua decisão, ao fundamentar o afastamento de Lúcia de suas funções, a juíza a cita como “irmã do investigado Júlio Cesar Garcia”. Depois, diz que ela e Nelson, em cargo público, poderiam “atender a interesses destes outros investigados que estão no topo da organização”.

O dia seguinte às grandes operações da PF costuma ser de juntar as peças, clarear as inúmeras informações que chegam forma cruzada ou enviesada, separar o que é fato e o que é rumor. Ainda há uma trama a ser descortinada. 

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