Um dos nomes que disputa em agosto a prévia do MDB catarinense para definição do pré-candidato da sigla a governador em 2022 foi convidado para ingressar no maior adversário histórico do partido, o Progressistas (PP). Prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB) foi convidado na semana passada pelo deputado estadual e presidente estadual Silvio Dreveck, o que causou desconforto entre lideranças progressistas.

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Na versão que circulou, Dreveck teria garantido a Lunelli que ele seria o candidato do PP ao governo em 2022 – condição que ele disputará no MDB com o deputado federal Celso Maldaner e o senador Dário Berger. Internamente, o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (Progressistas) não escondeu que ficou incomodado. Reeleito com 67% dos votos em 2020, ele ambiciona ser o nome do partido para composições majoritárias na próxima disputa.

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Dreveck confirma que fez o convite a Lunelli em uma visita à prefeitura de Jaraguá do Sul, acompanhado por lideranças progressistas locais. No entanto, afirma que não houve garantia de que o emedebista seria candidato ao governo.

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– Eu retribuí uma visita do prefeito Antídio ao meu gabinete na Assembleia na semana anterior. Fiz o convite, mas disse que temos os nomes do Joares Ponticelli e do próprio senador Esperidião Amin. Uma candidatura ao governo ou outro cargo da majoritária teria que ser construída internamente – afirma Dreveck.

Sobre a insatisfação interna demonstrada por Ponticelli, o deputado estadual afirma que ainda não procurou o prefeito, mas garante que ele é seu candidato para 2022.

– Sempre defendi a candidatura dele ao governo, lá atrás. Continuo defendendo que ele seja nosso nome, não a vice ou ao Senado, mas ao governo.

Internamente, Ponticelli chegou a questionar o convite de Dreveck a Lunelli no grupo de Whatsapp do diretório estadual. Não é de hoje que o prefeito de Tubarão mira a disputa majoritária estadual. Ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, ele foi candidato a vice-governador na chapa de Paulo Bauer (PSDB) ao governo em 2014 – após o insucesso da articulação para que disputasse o Senado na aliança de Raimundo Colombo (PSD) com o MDB. 

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Derrotado, reiniciou a carreira política como prefeito de Tubarão em 2016 e saiu das urnas ano passado como um dos nomes mais fortes que o Progressistas têm para a majoritária em 2022 – especialmente após o quarto lugar da deputada federal Angela Amin na disputa pela prefeitura de Florianópolis. O prefeito de Tubarão deve tentar retomar a presidência do partido para construir um novo projeto majoritário – provavelmente o Senado. Caso não consiga, a tendência é por disputar uma vaga de deputado federal.

O desconforto ficou claro em um evento realizado em Florianópolis semana passada, quando ficou lado a lado com o senador Jorginho Mello (PL), pré-candidato declarado a governador. A dupla – com cara de chapa – falava em um painel sobre o futuro dos municípios, capacitação de prefeitos e vereadores e questões do coronavírus em um seminário promovido pelos consultores Laércio Menegaz Jr. e Tadeu Comerlatto. Alguém perguntou se podia estar ali uma das chapas de governador e vice em 2022 e nenhum deles descartou a ideia.

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