Chamada às urnas um ano e meio antes do previsto por causa do morte do ex-reitor Luiz Carlos Cancellier, a UFSC reproduziu com pequenas diferenças e uma importante alteração o quadro da política interna de 2015. Naquela disputa, a esquerda se dividiu e ficou fora de um segundo turno em que nuances de personalidade, currículos e companhias definiram a disputa em que Edson De Pieri acabou derrotado por margem mínima.
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Na quarta-feira, o quadro mudou sem grandes alterações na composição de forças. Terceiro colocado na disputa de 2015, Irineu de Souza, diretor de Centro Sócio-Econômico, ficou em primeiro lugar com 34%. Vai para o segundo turno com o reitor pró-tempore Ubaldo Balthazar, herdeiro do votos do grupo político de Cancellier, que alcançou 33,6%. A surpresa foi De Pieri, diretor do Centro Tecnológico, fora do segundo turno com 30%.
O segundo turno deve ser realizado na lógica esquerda contra direita. Irineu representa a esquerda do campus, que desta vez unificada. Em 2015, disputava os votos com a então reitora Roselane Neckel, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas – ela ficou em quarto lugar na tentativa de reeleger-se. Irineu ficou em primeiro lugar entre os alunos e os servidores e foi o terceiro entre os professores. Na eleição do campus, os votos das categorias são ponderados para que as três tenham o mesmo peso no resultado.
Ubaldo ficou em segundo lugar entre o professores e os servidores – neste, muito próximo de Irineu – e em terceiro entre os alunos. Mesmo assim, surpreendeu por ficar próximo de De Pieri entre os estudantes – a ampla vantagem nos campi de Curitibanos e Joinville contribuíram para esse resultado. Ainda ontem, Ubaldo telefonou para De Pieri, marcaram uma conversa para segunda-feira.
É curioso que a candidatura de Ubaldo obteve melhores resultados no primeiro turno do que Cancellier em 2015 entre professores e servidores. Naquela disputa, Cancellier garantiu entre os funcionários a eleição, sendo derrotado por De Pieri nas outras categorias. Vitorioso entre os professores, De Pieri recebeu menos votos que o previsto entre os alunos e repetiu a baixa votação entre servidores de três anos atrás. Isso lhe custou, na época, a vitória. Agora, a vaga no segundo turno.
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Na nova eleição, o grupo de Cancellier mostrou força. Irineu e De Pieri vinham de candidaturas consolidadas e competitivas em 2015 e eram os favoritos para o segundo turno na ausência do ex-reitor. A disputa improvisada colocou o reitor pró tempore na disputa num processo de exclusão. Agora, a tendência é de que certo favoritismo para o ex-azarão.