As eleições deste ano não foram deram muita sorte aos presidentes dos principais partidos em Santa Catarina. No clube dos cinco maiores (MDB, PSD, PP, PSDB e PT), todos acumularam reveses políticos, partidário ou pessoas – às vezes em dose tripla. Na turma dos partidos médios, o PR do senador eleito Jorginho Mello e o PSB do ex-deputado federal Paulo Bornhausen têm motivos para sorrir, mas o mais bem-sucedido foi Lucas Esmeraldino, presidente do ex-nanico PSL.
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Candidato a senador, Esmeraldino assumiu o partido do presidente eleito Jair Bolsonaro em março e conseguiu organizá-lo no Estado e montar nominatas que na urna se tornaram bancadas de quatro deputados federais e seis estaduais – além de Carlos Moisés da Silva (PSL), o governador mais votado da história de Santa Catarina. O próprio Esmeraldino não se elegeu senador por minguados 18 mil votos e ainda luta na Justiça pela cadeira graças ao questionamento sobre a inelegibilidade de Beto Martins (PSDB), segundo suplente do eleito Jorginho Mello.
Se não for guindado ao Senado pelos recursos judiciais, no entanto, Esmeraldino torna-se um elefante branco no seio do PSL catarinense. Apesar do mérito na construção vitoriosa do partido, agora o presidente estadual agora terá que repartir visibilidade com os eleitos – e nada ofusca mais do que mandatos.
O próprio governador eleito Moisés tem mantido à distância a atual cúpula do partida na transição. Nas conversas de bastidor, tem sinalizado que se Esmeraldino não ganhar um cargo na gestão Bolsonaro – e ainda não há indicativo nenhum de que isso possa acontecer – ofereceria a ele o cargo de secretário de Articulação Nacional, com expediente em Brasília. A pasta tem a função de fazer o diálogo entre o governo estadual e os órgãos federais em Brasília – quase uma embaixada, normalmente utilizada para acomodar ex-deputados.
Se for ofuscado na ascensão do PSL em Santa Catarina, Esmeraldino entra de forma improvável na lista de infortúnios dos presidentes estaduais. Vamos recapitular essa lista. Mauro Mariani, do MDB, ficou apenas em terceiro lugar na disputa pelo governo do Estado. Gelson Merisio, do PSD, chegou ao segundo turno, mas não conseguiu evitar uma acachapante derrota de 71% a 29%. Silvio Dreveck, do PP, foi o primeiro presidente da Assembleia Legislativa a não conseguir se reeleger deputado estadual. Marcos Vieira, do PSDB, conquistou a reeleição, mas viu a tropa tucana encolher ao tamanho de partido médio. Décio Lima, do PT, fez o pior resultado percentual do partido numa disputa pelo governo, 12,7%, desde os anos 1980.
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