Ainda falta muito tempo para as eleições do ano que vem, mas é importante observar como vão se formando os cenários, quais nomes despontam, quais faixas de eleitorado estão sendo atendidas e quais os espaços ainda vagos. Quando se olha para a disputa de Florianópolis fica clara a ausência de um postulante claro do eleitorado conservador que emergiu na onda do ano passado – o voto enfaticamente à direita, por assim dizer. 

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Abordei aqui já a fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre ter a última palavra em relação a candidaturas a prefeito nas principais cidades, capitais incluídas, para escolher candidatos que tenham “o coração verde-amarelo igual ao nosso”. Este nome, se existe, ainda não apareceu. Nas articulações locais do PSL, a cargo do governador Carlos Moisés, duas possibilidades foram ventiladas.

O coronel Araújo Gomes, titular formal da Secretaria de Segurança Pública no modelo colegiado implantado no início do ano, era o ficha um. Embora apresente-se de forma bastante midiática em suas ações – e ele tem bons resultados a apresentar – ainda tem sido reticente sobre a candidatura a prefeito. 

Outro nome ao agrado de Moisés é o vereador Pedrão Silvestre (PP), campeão de votos em 2016, mas que ainda precisa disputar internamente com o deputado estadual João Amin (PP) a vaga pepista no pleito do ano que vem. Há sintonia entre o governador e o vereador, mas o perfil de Pedrão – e de boa parte de seus seguidores – não pende à direita, especialmente a bolsonárica. A equação fica difícil. Nessa esteira, fora do PSL, há o Novo e seu silencioso processo seletivo interno para escolher um candidato – provavelmente um empresário sem experiência eleitoral. 

Enquanto isso, os demais personagens da disputa se movimentam. O prefeito Gean Loureiro (ainda sem partido) organiza sua base de candidatos a vereador e se aproxima cada vez mais de lideranças evangélicas. É dessa base que deve vir seu candidato a vice-prefeito. O ex-emedebista aposta nessa aliança e nas ações de governo, hoje em ritmo acelerado e publicizado. 

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Na esquerda, toma corpo uma frente liderada pelo PSOL, com a provável nova candidatura de Elson Pereira e uma vice do PT. O PDT ainda está observando. Unida, a esquerda da Capital pode atingir fatia do eleitorado suficiente para chegar ao segundo turno pela primeira vez desde 1996. Difícil é unir a esquerda.