Mais do que a frustração de derrota nas eleições municipais, a votação dos deputados estaduais que arriscaram concorrer a prefeito acende sinal amarelo para suas próprias reeleições. Ricardo Alba (PSL), Ivan Naatz (PL), Rodrigo Minotto (PDT) e Fernando Krelling (MDB), os quatro parlamentares que enfrentaram as urnas em novembro, saíram das disputas menores do que entraram ou chamuscados pelo resultado.
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Os números mais eloquentes estão na eleição de Blumenau. O deputado estadual Ricardo Alba (PSL) ficou em quarto lugar. Recebeu 17,4 mil votos – metade que do teve na cidade quando se elegeu deputado estadual em 2018. Na época, foi o mais votado do Estado graças à Onda 17 de Jair Bolsonaro, que lhe garantiu votos em todos os 295 municípios. Um cenário praticamente impossível de se repetir, por isso a importância da consolidação de sua votação em Blumenau – o que não aconteceu.
Na mesma eleição, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) ficou em sexto lugar, com 7,2 mil votos – menos que os 10 mil que recebeu na cidade em 2018. Na época, conquistou a vaga pelo PV, coligado ao DEM, com 14,6 mil votos. Graças à coligação leve, desenhada para conquistar uma vaga com menor votação, Naatz conquistou o mandato pelo nanico PV. Agora, no entanto, está filiado ao PL – antigo PR -, que elegeu três deputados estaduais em 2018, o menos votado deles com 26,3 mil votos. Ou seja, Naatz precisa obrigatoriamente expandir sua votação para brigar pela reeleição. Em Blumenau, pelo menos nesta eleição, ele não conseguiu.
Os outros dois deputados estaduais que arriscaram concorrer a prefeito em 2020 têm situação menos desconfortável que os de Blumenau, mas não devem deixar de lado a cautela. Em Criciúma, Rodrigo Minotto (PDT) ficou em um decepcionante quarto lugar com 4,1 mil votos. Uma votação muito semelhante ao patamar que alcançou em 2018, quando recebeu 3,9 mil. O pedetista sempre se valeu dos votos das cidades vizinhas e continuará dependendo deles para se reeleger ao terceiro mandato, se este for o projeto. Participar da disputa em Criciúma era uma forma de ampliar a visibilidade na maior cidade da região Sul do Estado – sem sucesso. Se o plano de Minotto era tentar um voo maior, talvez precise rever.
Em Joinville, o deputado estadual Fernando Krelling (MDB) teve um resultado agridoce. Favorito para uma das vagas no segundo turno, o emedebista acabou ficando em terceiro lugar – sucumbindo à ascensão de Adriano Silva (Novo) na reta final do primeiro turno. Ao mesmo tempo, Krelling conseguiu aumentar sua votação no maior colégio eleitoral do Estado em relação a 2018: de 36,8 mil para 48,8 mil.
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