Na presidência interina do MDB de Florianópolis, o vereador Rafael Daux mantém a disposição de colocar o partido definitivamente na oposição ao prefeito Gean Loureiro, que deixou o partido em maio. Na terça-feira, assinou resolução em que em que declara oficialmente que o partido não está na base aliada e dá cinco dias para que os filiados que ainda ocupam cargos na gestão peçam exoneração, sob pena de expulsão.
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– O MDB reafirma aquilo que todos sabem. Somos oposição ao Gean – diz Daux.
A reação dos emedebistas governistas por enquanto é pagar para ver. Dos cinco vereadores do partido, apenas Celso Sandrini está alinhado a Daux na oposição. Dinho, Gui Pereira e Maria da Graça continuam votando com o governo. No secretariado, o principal nome do MDB é Valter Gallina, da Infraestrutura. Ele afirma que não vai obedecer a resolução de Daux e que espera que a executiva estadual, presidida pelo deputado federal Celso Maldaner, não permite que a questão avance até um processo de expulsão.
– Sou do MDB há 28 anos. Uma atitude dessas de autoritarismo nunca aconteceu no MDB. Essas pessoas que entraram agora no partido, três anos atrás para ser candidato, tem que entender que o MDB é um partido democrático e que vão matar o partido – diz Gallina.
O racha interno do MDB vem sendo exposto desde a campanha para eleição do diretório municipal, quando se enfrentariam duas chapas – uma anti-Gean e uma pró-Gean. Ambas acabaram sendo consideradas irregulares pelo diretório estadual, que indicou Daux como presidente interino, em um claro gesto de afastamento em relação a Gean. O prefeito tentava manter o partido sob sua influência apesar da desfiliação.
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Desde que assumiu, Daux fez movimentos de opositor. Manteve conversas com o senador Jorginho Mello e com o deputado estadual João Amin (PP), pré-candidato a prefeito. A foto com o filho do senador Esperidião Amin e da deputada federal Angela Amin – adversários históricos do MDB – causou espanto nos meios políticos.