Mais uma pecinha foi colocada no tabuleiro do cenário eleitoral de Santa Catarina. Na manhã de ontem, o PSOL confirmou a aliança com o PCB e os nomes da chapa majoritária – o jornalista Leonel Camasão (PSOL) já havia sido confirmado pré-candidato a governador em março. Assim, é possível dizer que as esquerdas vão mesmo divididas para a eleição estadual.
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Por enquanto, o grupo estaria representado na disputa para governador pelo deputado federal Décio Lima (PT), pelo psolista Camasão e pelo advogado Rogério Portanova (Rede) e algum nome de partidos mais radicais, como o PSTU. Na centro-esquerda, PDT e PCdoB hoje estão abrigados na pré-coligação em torno do deputado estadual Gelson Merisio (PSD) — mais pragmática do que ideológica.
Quando assumiu a presidência do PT catarinense, ano passado, Décio Lima disse que sua missão era tirar o partido do isolamento político no Estado. Queria, de qualquer forma, evitar o que aconteceu em 2014, quando Claudio Vignatti (PT) concorreu em chapa pura e o partido encolheu nas urnas. Mandou sinais ao PSD e ao PP, conversou com pedetistas e comunistas. Sem sucesso. A última tentativa foi justamente o PSOL. Foram dois encontros entre os partidos, entre o final de abril e o início de maio.
— Eles propuseram formalmente uma aliança, sem apresentar nada sobre majoritária concretamente. O PT foi muito cortês, e nós respondemos da mesma maneira — diz Camasão.
O PSOL preferiu manter seu projeto original e evitar o atrelamento com os petistas. O foco do partido é conquistar suas primeiras cadeiras na Assembleia Legislativa e uma das vagas catarinenses na Câmara dos Deputados. Mas, especialmente, aumentar a capilaridade do partido, hoje com expressão apenas na Grande Florianópolis.
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Por isso, seus principais nomes em densidade eleitoral estão escalados para as eleições proporcionais. Terceiro colocado na disputa pela prefeitura de Florianópolis em 2016, com 51 mil votos, o urbanista Elson Pereira vai tentar a Assembleia Legislativa. Também estão nessa trilha o vereador Marquito, segundo mais votado da Capital, e a sindicalista Edileuza Fortuna, mulher do ex-deputado estadual Amauri Soares (PSOL). Para disputar a Câmara, o vereador florianopolitano e ex-deputado estadual Afrânio Boppré e o ex-vereador joinvilense Adilson Mariano.
Assim, a chapa majoritária terá como candidata a vice-governadora Caroline Bellaguarda, do PCB, e os psolistas Pedro Cabral (suplente de vereador em Florianópolis) e Antonio Campos, professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e ex-vereador em Maravilha.
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