Duas conversas importantes para a definição dos cenários eleitorais de Santa Catarina aconteceram na semana que passou. Entre os pessedistas, o pré-candidato a governador Gelson Merisio e o deputado estadual Júlio Garcia – defensor do apoio a um nome de outro partido. No MDB, o governador Eduardo Pinho Moreira e o prefeito joinvilense Udo Döhler, desgarrado da corrida eleitoral desde que desistiu de renunciar à prefeitura em abril.
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Ambas foram inconclusivas. Garcia tem evitado os eventos do PSD capitaneados por Merisio, como o encontro dos pré-candidatos a deputado na última segunda-feira. Recebeu o convite para participar do lançamento oficial da pré-candidatura do adversário, sábado em Chapecó. Não deu resposta, mas a imprensa do Sul do Estado diz que ele promoverá um ato de filiações ao partido em Criciúma no mesmo dia.
O encontro dos emedebistas foi mais interessante. Pinho Moreira tentava a todo momento levar o assunto para o campo partidário e eleitoral, enquanto Udo insistia nas questões administrativas. Quer recursos para Joinville. Curiosamente, em uma dessas tentativas de puxar a conversa para a eleição, o governador disse que o prefeito deveria ter renunciado para ficar apto a concorrer, mesmo que o MDB não pudesse lhe garantir a vaga de antemão. A mesma frase dita em março teria outro impacto – agora, tem efeito nulo.
Mesmo sem posição firme de apoio de Udo, Pinho Moreira levou às bases a informação de que o prefeito de maior cidade do Estado está dentro de seu projeto e que está consolidando seu projeto de reeleição. O que se ouve em Joinville é que Mariani ainda não capitulou e continua disposto a ir à convenção.
Nesse jogo, o apoio de Udo é fundamental – e ele sempre foi mesmo mais próximo de Moreira do que do deputado federal. No entanto, a seleção natural emedebista deixou marcas. O prefeito quer investimentos do Estado em Joinville para vestir a roupa de cabo-eleitoral. Dia 29 de maio, o governador vai à cidade. O tamanho da generosidade de Moreira pode definir essa questão.
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