Candidato a presidente da República em 1998, 2002 e 2018, Ciro Gomes quer discutir as origens históricas da crise política brasileira. Com o livro “Projeto Nacional: o dever da esperança”, o ex-governador cearense e ex-ministro dos governos Itamar Franco e Lula apresenta o diagnóstico de que todos os projetos políticos que governaram o Brasil desde o regime militar sucumbiram ao esgotamento do modelo de desenvolvimento implantado em 1930 por Getúlio Vargas. 

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Ouça a íntegra da entrevista de Ciro Gomes a Renato Igor e Upiara Boschi

Em entrevista a Renato Igor e Upiara Boschi no Estúdio CBN na tarde desta terça-feira, Ciro falou sobre o livro e sobre o atual momento da política brasileira. Chamou de “desastre” o governo do presidente Jair Bolsonaro e avaliou que sua vitória é parte do contexto em que a classe política não compreendou as origens das crises políticas dentro do contexto economico nacional. Bolsonaro seria, nesse caso, um voto que “o povo brasileiro fez com raiva”.

– A crise política crônica que o Brasil está vivendo, a explicação para ela, (desde) a desmoralização da ditadura, a desmoralização do Sarney na esteira da superinflação, a desmoralização da experimento dos tucanos, com Fernando Henrique, que nunca mais conseguiram ganhar uma eleição nacional, e a mais recente desmoralização da força do PT, com a prisão do Lula e toda essa notícia do descalabro econômico, tudo isso tem uma explicação coerente que está por trás: o colapso do modelo econômico do Brasil ali pelos anos 1980 e a incapacidade que nossa classe política tem tido de compreendendo as causas desse colapso, propor o debate – avalia Ciro.

Na conversa, o pedetista defendeu que nas eleições municipais os candidatos deem prioridade às questões da vida dos eleitores, como transporte, creches, “coisas práticas que faça as pessoas acreditar em quem está com sua agenda”. Mas, ressaltou, que isso seja conduzido paralamente à possibilidade de unir as candidaturas do campo da esquerda para não “dar um sinal trocado de que a população está apoiando candidatos que suportam o Bolsonaro”. Citou o caso de Florianópolis, onde o PDT tem a pré-candidatura do vereador Vanderlei Farias, o Lela, mas dialoga com PSOL, PT e PCdoB para formação da de uma frente.

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– Em Florianópolis temos o Lela, que é um vereador que conhece a cidade, comprometido em lutar pelas coisas boas de Florianópolis, mas não nos furtaremos, sob o comando do Manoel Dias, a conversar com os companheiros – defendeu.

Questionado sobre a decisão de não apoiar ostensivamente a candidatura do petista Fernando Haddad no segundo das eleições de 2018, Ciro foi enfático na crítica à postura do ex-presidente Lula naquela disputa. Disse que o líder petista “mentiu ao povo brasileiro” ao lançar-se candidato mesmo preso e com os direitos políticos suspensos e que ele sabia que era “uma eleição perdida” o lançamento de Haddad em meio ao processo eleitoral.

– Eu nunca mais andarei com essa banda podre e corrompida e mentirosa que o lulopetismo representa.

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