Uma das coisas mais evidentes na ampla e despojada entrevista do governador Carlos Moisés (PSL) na última edição das revistas da NSC é que ele não pode contar – e nem conta – com dois terços da bancada de seu próprio partido. A governabilidade tênue do pesselista hoje é garantida pela bancada do MDB e por um grupo informal que se movimenta com interessante organização interna e que tem garantido 11 votos bastante fiéis na Assembleia Legislativa.

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O que tem sido chamado de bloquinho pode ser considerado a maior bancada do parlamento estadual. O apelido veio de uma das integrantes, a deputada estadual Paulinha (PDT), embora nem todos os integrantes gostem muito do apelido. Recentemente, o grupo de Whatsapp que reúne os parlamentares que integram o time foi rebatizado para Nosso Bloco – um nome mais vetusto, digamos assim.

O que importa, na prática, é que os 11 deputados tem agido coletivamente desde o início do ano – e embora os motivos que os aproximaram tenham diferentes razões, houve liga. São oito partidos representados, o que deixa claro que o grupo é filho direito da fragmentação das bancadas partidárias provocado pelas eleições de outubro do ano passado.

Além da pedetista que criou o apelido, integram o time Rodrigo Minotto (PDT), os pepistas Altair Silva e José Milton Scheffer, Nazareno Martins (PSB), Jair Miotto (PSC), Sérgio Motta (Republicanos), Nilson Berlanda (PL), Vicente Caropreso (PSDB) e os emedebistas Moacir Sopelsa e Valdir Cobalchini.

O bloquinho – ou “nosso bloco” – se reúne a cada 15 dias. Uma vez por mês, troca de líder – que se torna o responsável pelo diálogo direto com o secretário da Casa Civil, Douglas Borba. O articulador de Moisés também se encontra com o grupo a cada mês. A bancada informal não depende do ainda líder do governo Maurício Eskudlark (PL).

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A organização do grupo tem compensado o racha do PSL – com Ana Campagnolo, Felipe Estevão, Jessé Lopes e Sargento Lima se afastando do governo Moisés. Ainda com apoio os pesselistas Coronel Mocellin, Ricardo Alba, o governador parte de 21 nomes como ponto de partida de sua base flutuante. São os sete da bancada do MDB (considerando que Cobalchini e Sopelsa como bloquistas), os dois pesselistas fiéis, Eskudlark e os 11 do bloco. Moisés conta ainda com eventuais colaborações de Bruno Souza e dos quatro membros da bancada do PT – sem grande apetite para fazer oposição a um governo pesselista que não abraçou o bolsonarismo.

Publicado nas edições de DC Revista, AN Revista e Santa Revista de 9/11/2019

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