Veja como são as coisas. Os meios políticos de Santa Catarina passaram o fim de semana discutindo as chances do senador Esperidião Amin (PP) emplacar na vaga de Ricardo Vélez Rodrígues, cuja demissão do Ministério da Educação foi confirmada ontem, e o catarinense mais próximo do cargo era o ex-secretário estadual Eduardo Deschamps (PSD).

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No final das contas, o Estado que deu a segunda maior proporção de votos ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), 76%, continua fora da Esplanada dos Ministérios. Prevaleceu um nome tirado da cartola ideológica – o economista Abraham Weintraub, especialista em questões previdenciárias e até então secretário-executivo da Casa Civil. Um nome que o jornalista Tales Faria, do Uol, jocosamente definiu como uma mistura de Paulo Guedes com Olavo de Carvalho.

É curioso como os catarinenses Amin e Deschamps estavam em pontas opostas de uma esperada mudança de padrão no comando do MEC. O pepista seria um nome da política, com endosso partidário, indicando que Bolsonaro aderia ao jogo da articulação parlamentar. Deschamps, secretário estadual no governo Raimundo Colombo (PSD) e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação, seria o nome técnico com apoio de setores militares e de empresas da área educacional – informava na tarde de ontem a Folha de S. Paulo.

Amin e Deschamps, assim como outros nomes que circulavam, indicariam que o confrontação ideológica perderia espaço no MEC e o ex-olavete Vélez Rodríguez, renegado pelo antigo guru, seria uma desvio de rota de menos de 100 dias. Uma lição que fica desse episódio é perceber que diante da pressão, é bom nunca duvidar da capacidade de Bolsonaro dobrar a aposta.

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