Há quatro anos, as perspectivas de que Raimundo Colombo (PSD) seria eleito em primeiro turno fizeram com que boa parte das atenções da política catarinense se voltassem para a disputa da vaga ao Senado – uma acirrada polarização em que Dário Berger (MDB) acabou vencendo Paulo Bornhausen (PSB). Este ano, a eleição para governador surge mais aberta, graças a divisão do bloco governista entre o MDB de Mauro Mariani e o PSD de Gelson Merisio. Mesmo assim, a disputa pelo Senado promete, mais uma vez, competir em visibilidade.
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Não é à toa. Participarão dela o ex-governador Colombo – eleito nas últimas três disputas majoritárias – e os dois nomes que até semana passada lideravam as pesquisas para o governo: Esperidião Amin (PP) e Paulo Bauer (PSDB). Para apimentar a disputa, o ascendente deputado federal Jorginho Mello (PR) terá o apoio dos emedebistas, assim como Bauer, e o PT lançou a ex-senadora Ideli Salvatti e o ex-desembargador Lédio Rosa.
Com duas vagas em disputa, a eleição para o Senado tem Amin e Colombo como favoritos, mas oferece todas as condições para surpreender. É bom lembrar que em 2002, a chapa de Paulo Bornhausen (PFL, à época) e Hugo Biehl (PPB, hoje PP) era dada como eleita antes da abertura das urnas que acabariam consagrando os azarões Ideli e Leonel Pavan (PSDB).
Há, no entanto, fatores que dificultam surpresas. A disputa pelo Senado é estadualizada, o que favorece nomes que já disputaram majoritárias. O horário eleitoral só começa 35 dias antes da eleição, com dias alternados para os cargos federais e os estaduais. Isso significa que serão 15 dias com programas de candidatos ao Senado, apenas 5 minutos por bloco.
Existem dúvidas plausíveis sobre o desempenho de Colombo sem o apoio do MDB, fundamental para que ele chegasse duas vezes ao governo e ao Senado. Esse apoio hoje está com Jorginho – que terá Ivete Appel, viúva de Luiz Henrique da Silveira, na suplência – e Bauer. Os emedebistas queriam um nome de peso eleitoral na suplência do tucano, mas as negativas dos deputados federais Ronaldo Benedet e Edinho Bez levaram a uma solução histórica: o ex-senador Casildo Maldaner.
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Caberá a Mariani fazer o papel exercido por Luiz Henrique de puxar o engajamento dos emedebistas aos aliados atuais. A dúvida que fica é se depois de 12 anos sendo convencidos por seus caciques a votarem em Colombo, os eleitores emedebistas vão aprender o novo rumo em menos de dois meses.
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