Aristides Cimadon, o reitor da Unoesc cotado para assumir o Ministério da Educação no governo Jair Bolsonaro, não saiu de mãos abanando em sua viagem a Brasília. Decreto do presidente, publicado nesta sexta-feira, nomeou o catarinense para uma vaga no Conselho Nacional de Educação. As chances de virar ministro, no entanto, esfriaram bastante.
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A expectativa em Brasília é que o sucessor de Abraham Weintraub no MEC saia ainda nesta sexta-feira. Esta foi a promessa de Bolsonaro na live que realizou na quinta-feira, quando prometeu resolver neste dia a questão e disse que quer “um nome que promova o diálogo em todas as esferas da educação”. Weintraub caiu após entrar em confronto aberto com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e teve a gestão marcada pelo conflito e por declarações polêmicas.
Na equação da sucessão, o nome do catarinense Cimadon surgiu pelas mãos do senador Jorginho Mello (PL). Na segunda-feira, Bolsonaro recebeu o reitor da Unoesc para uma conversa, que teria sido bem-recebida. No entanto, não foi suficiente para fazer o nome de Cimadon subir na bolsa de apostas que conta também com o ex-reitor do Mackenzie, Milton Ribeiro, e o reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Anderson Correa.
Enquanto isso, em outro perfil, crescia o nome do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), atual líder do governo na Câmara dos Deputados. Citado como alternativa pelo próprio Bolsonaro por ser alguém de extrema confiança dele, o deputado federal passou os últimos dias buscando apoio entre parlamentares, especialmente os ligados a ala ideológica do governo.
Nessa corrida, ainda não finalizada, faltou a Cimadon articulação política que fosse além do apoio individual de Jorginho Mello. Da forma como foi apresentado, o senador ficaria com os louros da nomeação, o que afastou o resto da bancada catarinense do engajamento. Nessa conta, são pequenos os efeitos de uma possível restrição da ala ideológica do bolsonarismo em Santa Catarina, já que o catarinense emitiu sinais de que estava disposto fazer composições.
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Inicialmente, os bolsonaristas lutavam para emplacar que Weintraub fosse substituído por seu assessor especial, Sérgio Santanna. Essa resistência ajudou a impedir a posse de Carlos Decotelli e reverter o convite feito a Renato Feder. No entanto, o Palácio do Planato deixou claro nesta semana que Santanna não tem o perfil que Bolsonaro quer agora no cargo e os esforços da militância e de deputados bolsonaristas é pela manutenção de cargos que consideram importantes para a causa na estrutura do MEC – especialmente Carlos Nadalin, atual Secretário Nacional de Alfabetização.
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