Ainda tímida nos gestos e vivendo a ressaca da extenuante definição das alianças partidárias, a corrida eleitoral deu seus primeiros passos no última final de semana. A largada foi dada pela publicação das entrevistas dos candidatos a governador pelos jornais da NSC Comunicação e pelo primeiro debate reunindo os principais nomes da disputa, realizado no sábado pela rádio Som Maior, de Criciúma.

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Embora ainda ensaiem discursos e posições que devem evoluir ao longo da campanha, já é possível perceber a forma como as candidaturas de maior estruturas querem ser percebidas pelo eleitor. Oriundos da aliança que governa o Estado desde a primeira metade dos anos 2000, Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB) tentam descolar-se do rótulo de governistas – evitando herdar o desgaste de um evidente fim de ciclo político. O pessedista pontua diferenças de estilo e temperamento em relação ao ex-governador Raimundo Colombo (PSD), enquanto o emedebista alega que o MDB não teve participação efetiva nas gestões lideradas pelo antigo sócio.

Além da forma, já é possível perceber parte do discurso em construção pelos candidatos. Merisio faz propostas contundentes. Diz ter a fórmula para atrair de volta à ativa 5 mil policiais militares recém-aposentados, garante que vai reduzir de 1, 2 mil para apenas 200 os cargos comissionados e promete lutar para acabar com os bolsões de pobreza extrema do Estado. Mariani apresenta falas mais genéricas, em que diz ter coragem de enfrentar as corporações para reduzir a ineficiência do Estado. Na área de saúde, escolheu um alvo: diz que não é possível que os 13 hospitais públicos consumam 70% dos recursos da Saúde e entreguem 30% do serviço.  

De olho nessas contradições dos ex-sócios, Décio Lima (PT) não perde a chance de apresentar-se como contraponto à antiga tríplice aliança e jogar sobre os dois adversários o peso dos governos de Luiz Henrique (MDB) e Colombo. O ponto mais contundente de seu discurso até agora é a política de incentivos fiscais do governo estadual. Alega que ela ignorou as vocações da economia catarinense e que o Estado deveria olhar mais para o pequeno produtor e empreendedor.

Esses são os pontos de partida. Pesquisas e programas eleitorais devem trazer o componente que falta: o confronto.

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