O deputado estadual Bruno Souza encerrou no sábado o suspense sobre sua filiação partidária após a briga jurídica em que conquistou a desfiliação do PSB por justa causa. O parlamentar foi apresentado como nova liderança do Novo na convenção estadual da legenda, realizada em São José.

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Com a migração, Bruno Souza garante a primeira cadeira do Novo na Assembleia Legislativa e já se apresenta como pré-candidato a prefeito de Florianópolis ano que vem.

– Quero poder discutir a cidade. Acho que Florianópolis precisa ser debatida com o discurso liberal, precisa ter essa representação dessa ideia mais livre, menos burocrática – diz Bruno Souza.

Por estatuto, o Novo não permite que seus integrantes concorram a um cargo antes de terminar o atual mandato, mas o caso do catarinense precisará ser discutido internamente – considerando que ele não foi eleito pela legenda. Secretário nacional do Novo e ex-presidente estadual do partido, Eduardo Ribeiro, comemorou a aquisição.

– O Novo vê o Bruno como uma liderança muito forte na cidade e perfeitamente alinhado às nossas ideias. Não à toa ele foi o único mandatário no Brasil a vir por meio dessa migração – ressalta o dirigente.

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Conversei com Bruno Souza sobre a filiação ao Novo na tarde deste domingo. Leia a íntegra:

No Novo o senhor está em casa?

Foi um longo caminho e finalmente estou em casa. Foi assim que fui recebido e fico muito feliz.

É bom não ter mais que explicar porque está em determinado partido?

Com a filiação eu acabei com as duas perguntas que eu mais respondi na minha trajetória política: por que eu estava por PSB e quando que eu ia para o Novo. As duas estão respondidas agora, vão ter que inventar uma terceira.

Pelos seus discursos e ações, já se via na prática como um representante do Novo na Assembleia Legislativa?

A gente sempre teve a mesma batida. Lá atrás, em 2011, eu ajudei a coletar assinaturas para a criação do partido. Sempre acreditei em causas parecidas. Foi um alinhamento apenas local, porque a defesa já era a mesma.

Desde que se fala da sua saída do PSB, que acabou consumada judicialmente, a avaliação era de que o senhor estava entre o Novo e o Podemos, para onde vão as antigas lideranças estaduais do PSB. O que pesou para optar pelo Novo e não pelo Podemos?

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Esse alinhamento de ideias. Sou muito grato ao grupo que hoje está indo para o Podemos, porque sempre me deram a oportunidade de defender o que eu acreditava sem perseguição. Até isso acontecer por parte da direção nacional. Mas o grupo local sempre me deu todo espaço e eu agradeço. Mas o Novo é uma questão de futuro. Eu gosto do que faço, quero discutir o Brasil, quero discutir Florianópolis.

A primeira leitura que se faz com sua filiação ao Novo é a pré-candidatura a prefeito de Florianópolis. É sua intenção?

Eu tenho vontade de discutir a cidade, eu tenho sonhos. Quem acredita naquilo que defende deve ter vontade de levar as ideias além. Claro que isso depende muito de contexto, de conversas internas com os filiados – sempre respeitando muito os filiados. Então, mas que eu quero participar da eleição, de uma forma ou de outra, isso eu quero. Quero poder discutir a cidade. Acho que Florianópolis precisa ser debatida com o discurso liberal, precisa ter essa representação dessa ideia mais livre, menos burocrática. Alguns temas precisam ser abordados e acho que muitas vezes não são por questões políticas ou medo de atingir uma parcela do eleitorado. Tem que falar. Se a gente quer uma Florianópolis para daqui 20 ou 30 anos, a gente tem que começar a pensar nela agora e isso não passa pela mesma estrutura de gestão que a gente tem hoje.

O Novo é muito rígido com a ideia de que mandatos devem ser concluídos. O senhor deixou o mandato de vereador na metade para ser deputado estadual e se for candidato e eleito prefeito ano que vem, também deixaria a Alesc na metade.
Acha que pode ser uma contradição?

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Esse é um debate que tem que ser feito muito a sério dentro do partido. Eu não me elegi vereador e deputado dentro do Novo. É uma discussão que vai ser feita. Sou o primeiro caso do Brasil de migração para o Novo. Isso traz um novo desafio, fazer a jurisprudência para esses casos. Independente de cargos, minha bandeira e minha luta é uma só: um Brasil mais livre. Isso independe do cargo em que eu estiver.