Na próxima quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai receber a bancada federal catarinense para um café da manhã com a presença de cinco dos principais ministros da esplanada. O encontro terá como tema principal as obras nas rodovias federais e vem sendo articulado pelo coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, Rogério Peninha (MDB), desde abril.

Continua depois da publicidade

Nesse período, o emedebista avaliou que era melhor fazer a conversa com Bolsonaro após a aprovação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados, para evitar que a pressão por obras no Estado soasse como barganha. A bancada catarinense chegará ao café da manhã depois de entregar 15 de seus 16 votos a favor da proposta – o único que votou contra foi Pedro Uczai (PT). Todos os deputados federais e senadores catarinense serão convidados, inclusive o petista.

O encontro terá a presença dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Onyx Lorenzoni (DEM, da Casa Civil), general Augusto Heleno (Gabinete da Segurança Institucional), general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge de Oliveira (secretaria-geral da Presidência). Na terça-feira, o fórum parlamentar se reúne para elencar as prioridades que serão levadas ao presidente e seus ministros. É inegável que a proximidade de Peninha com o Bolsonaro – um de seus primeiros apoiadores e cicerone das visitas que o hoje presidente fez a Santa Catarina quando o resultado parecia mais do que improvável.

Na lista, serão priorizadas as obras nas BRs 470, 282, 163 e 280 – fundamentais à infraestrutura do Estado e velhas (e reiteradamente prometidas) reivindicações. Os parlamentares não levam apenas o apoio de 93,7% da bancada à nova previdência da Câmara e a promessa dos senadores Dário Berger (MDB), Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR) de votar a favor das novas regras no Senado. Pesa na balança o próprio voto dos catarinenses em outubro do ano passado.

Santa Catarina foi o primeiro Estado a se engajar na causa Bolsonaro e foi uma dos que lhe deu maior apoio nas eleições – 75% dos votos no segundo turno contra Fernando Haddad (PT). É natural a expectativa de que haja um olhar especial para o Estado na questão das obras federais – até porque as gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff foram muito cobradas por promessas e prazos não cumpridos nas obras de duplicação das BRs 470 e 280. Não à toa, Blumenau e Joinville tornaram-se epicentro do antipetismo que virou bolsonarismo.

Continua depois da publicidade

Leia também: Estilos de Bolsonaro e Moisés