Está quebrado o gelo entre o capitão e o comandante. O encontro de terça-feira do presidente eleito Jair Bolsonaro com o governador eleito Carlos Moisés e a bancada federal do PSL dá início real a uma relação que até então existia apenas pelo compartilhamento do número 17. Consagrados nas urnas, os colegas de farda tiveram o primeiro encontro de efetivo peso político. Isso é bom para Santa Catarina.
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Ao contrário dos encontros pré-campanha eleitoral, geralmente nos corredores da Câmara dos Deputados ou no intervalo de algum evento, desta vez houve uma deferência especial aos catarinenses. Moisés e sua tropa – os eleitos Daniel Freitas, Caroline de Toni, Fábio Schiochet e Coronel Armando – foram a primeira delegação estadual a ter uma reunião com Bolsonaro após a vitória eleitoral.
Essa construção foi feita através do filho do presidente, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a pedido do futuro colega Daniel Freitas. O parlamentar eleito de Criciúma apontou a necessidade de estreitamentos das relações entre os Bolsonaros e o PSL catarinense e lembrou os 65% dos votos válidos para o presidente no primeiro turno e os 76% no segundo.
A conversa entre Bolsonaro e Moisés tratou da importância de aprovar a reforma da previdência e da expectativa do presidente de contar com a pressão dos governadores sobre as bancadas para essa empreitada. O catarinense fez um relato sobre a situação do Estado com base nos números da equipe de transição e em sua própria imersão na máquina. Certamente, depois desse primeiro encontro efetivo entre duas pessoas consagradas nas urnas, Bolsonaro nunca mais se referirá a Moisés como “um comandante” – como fez no início da campanha do segundo turno em uma rádio paulistana.
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Mandato comanda
Uma coisa que vai ficando clara no PSL e esse encontro com Bolsonaro explicitou é que quem tem mandato comanda. Aos poucos, as articulações dos deputados federais eleitos é que vão garantir o acesso catarinense ao Planalto e dar respaldo ao governador Carlos Moisés. O futuro do partido passa por isso. Enquanto isso, o presidente estadual Lucas Esmeraldino, escolhido para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável tenta não perder o controle do processo. É indicação dele o futuro secretário de Articulação Nacional. Será Diego Goulart, secretário-geral do PSL-SC e assessor de Esmeraldino quando era vereador em Tubarão.
Líder em ação
Na Assembleia, o PSL também de mostra atento aos movimentos. Futuro líder do governo, o deputado estadual Onir Mocellin trouxe uma tropa para acompanhar a quase centena de projetos em discussão neste fim de legislatura. Também conversou com Júlio Garcia (PSD) e Mauro de Nadal (MDB), os candidatos a presidir o parlamento estadual. O governo não tem restrições aos nomes, mas espera pelo consenso. E para reforçar a posição na mesa e comissões, o PSL formou um bloco com o PR – chegando a nove deputados.