O governador Carlos Moisés (PSL) está perto de sofrer um forte revés em sua articulação política na Assembleia Legislativa. Em jogada acertada com o PL do senador Jorginho Mello, os deputados estaduais do PSL que estão em colisão com o governador vão tentar tirar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) dois aliados dele: o líder do governo Maurício Eskudlark (PL) e Coronel Mocellin (PSL).
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Hoje a CCJ é uma espécie de bunker de Moisés na Alesc. Além dos dois nomes que podem ser substituídos, ele conta com Luiz Fernando Vampiro (MDB) e Paulinha (PDT) como defensores quase incondicionais do governo e tem garantido maioria para vitórias pontuais e impedir derrotas importantes – esta semana, segurou a PEC que aumenta de R$ 250 milhões para R$ 300 milhões as emendas parlamentares impositivas e transforma em crime de responsabilidade do governador o não pagamento.
Desde o início do ano, PSL e PL formam um bloco parlamentar na Alesc – integrado pelos seis pesselistas e três liberais. É o bloco que indica as vagas nas comissões. Na quarta-feira, seguindo os passos do movimento dos parlamentares que colocaram o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na liderança do PSL na Câmara, os bolsonaristas locais reuniram assinaturas para colocar Sargento Lima no lugar de Ricardo Alba na liderança do partido na Alesc. Ainda em Brasília, onde haviam se encontrado com o deputado filho 03 do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, Lima e Ana Caroline Campagnolo procuraram Jorginho Mello para buscar aproximação com o PL na Alesc. Receberão a bênção e devem contar com o apoio de Marcius Machado (PL) para conquistar também a maioria no bloco parlamentar e, assim, promover as mudanças que desfazem o bunker de Moisés.
Se confirmada a mudança, é provável que o governador tenha que antecipar a troca na liderança do governo. Moisés tem dito que deseja mudar todo ano o parlamentar responsável direto pela articulação política, mas é nítido o desgaste de Eskudlark desde que o episódio da tentativa de acabar com incentivo fiscal dos agrotóxicos. O PL também nunca endossou a indicação, por temer vinculação com o governo.
Jorginho Mello também se elegeu na onda bolsonarista, aproveitando especialmente que o PSL lançou apenas uma candidatura em uma eleição de dois votos. Declarou voto em Bolsonaro, exibiu declaração de apoio do ex-senador Magno Malta (PR-ES) para forçar essa vinculação. Aproximando-se dos parlamentares ligados ao bolsonarismo mais radical, pavimenta uma estrada que pode levá-lo a ser o candidato ao governo de Bolsonaro em 2022.
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