O que é a nova política? Essa talvez tenha sido a principal pergunta no painel promovido pela NSC Comunicação na última quarta-feira (24) em Blumenau. O tema do encontro em que participei com os colegas Moacir Pereira e Pancho eram as eleições municipais do ano que vem, mas obviamente qualquer debate tão antecipado trata mais de que tendências e expectativas do que cenários pré-eleitorais e nomes.
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Na plateia que lotou o auditório do Centro Empresarial de Blumenau estavam dois nomes que talvez protagonizem a disputa pela prefeitura ano que vem: o prefeito Mário Hildebrandt (sem partido) e o deputado estadual Ricardo Alba (PSL). Antes do encontro, o deputado estadual Ismael dos Santos (PSD) reiterou o convite público para que Hildebrandt se filie à sigla – seguindo passos do antecessor e ex-colega de chapa Napoleão Bernardes. O prefeito apenas sorriu. As peças se movem sem pressa.
Blumenau é um dos cenários mais interessantes para observar como as novas forças políticas que surgiram nas eleições de 2018 vão ocupar espaços ano que vem. Pode-se dizer que a cidade do Vale foi o epicentro da onda que deu ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) 75% dos votos dos catarinenses – local das primeiras e bem-recebidas visitas do então deputado federal e improvável presidenciável.
Deputado estadual mais votado na cidade e no Estado, Alba é o nome natural para ocupar essa faixa eleitoral. A política tradicional da cidade se mexe para contrabalançar – Hildebrant é um nome, assim como o ex-prefeito e ex-deputado João Paulo Kleinübing (DEM). Sabem que ocupam a mesmo espaço. À esquerda, apenas ensaios de reconstrução.
Mas e a nova política, o que é mesmo? Há uma certa confusão no termo, como se ele designasse os eleitos na onda conservadora do ano passado, especialmente o PSL e o Novo. Existir uma direita sem medo de dizer-se direita não é nova política, é o natural. Ela ter votos e ocupar espaços eleitorais, também. Parece óbvio, mas há uma década, no auge da popularidade do ex-presidente Lula (PT), até o PFL mudou nome para Democratas para não parecer tão direita assim.
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Nova política é – pelo menos deveria ser – a reconstrução da arena de debate. O espaço em que direita, centro e esquerda, e suas subdivisões, possam discutir suas visões de mundo sem a estridência e o radicalismo que têm marcado esses tensos dias em que vivemos. Essa reconstrução é feita em eventos como o de quarta-feira.