Não importa se a política é nova ou velha, certas coisas não mudam. Uma delas é a insatisfação dos suplentes de deputado esquecidos na composição de governo. No PSL, as reclamações estão cada vez mais fortes. Luís XV – o Rei Sol da França, não o saudoso Luiz Henrique da Silveira – dizia jocosamente que toda vez que fazia uma nomeação criava 100 descontentes e um ingrato. É por essa prova que o governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL) passa agora.

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Quinta-feira, o comandante oficializou Diego Goulart na Secretaria de Articulação Nacional, como antecipei na quinta. Ele foi chefe de gabinete de Lucas Esmeraldino (PSL) quando vereador em Tubarão e é o secretário-geral do PSL catarinense. Sua escolha foi criticada internamente porque quem esperava aproveitamento melhor de quem disputou a eleição. Até mesmo a escolaridade de Goulart foi questionada – ele está concluindo graduação em Administração, informa a nota oficial da equipe de transição.

No fim das contas, o que mais impressiona é a Secretaria de Articulação Nacional sobreviver na estrutura administrativa catarinense. Ligado à Casa Civil e com sede em Brasília, o órgão tem a finalidade de fazer a ligação entre o governo estadual e os órgãos federais. Na prática, uma embaixada em que era alojado um político sem mandato. Em tempos de cortes de estrutura e promessas de economia, faria pouca falta.

Até porque além da tarefa de marcar agendas e voos, quem realmente faz a ligação Florianópolis-Brasília é a bancada federal catarinense, especialmente neste caso os quatro eleitos do PSL, partido do governador eleito. Na quinta-feira escrevi aqui como eles participaram da articulação para o encontro de Carlos Moisés com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na terça-feira.

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Bolsonaro e Moisés quebram o gelo

A bancada pesselista – Daniel Freitas, Caroline de Toni, Fábio Schiochet e Coronel Armando – já percebeu a força da atuação conjunta. Na quarta-feira, aproveitaram que Moisés ainda estava em Brasília para uma conversa em que pediram para participar da transição de governo e ajudar nas decisões. Foram atendidos e devem transitar mais pelo Centro Administrativo.

O PSL vive esse momento interessante em que nasce e ao mesmo tempo ocupa posições de destaque. De certa forma, todos ainda tateiam o que podem fazer e como podem fazer, especialmente os que não tiveram experiência política anterior. Mas, já é possível notar as três primeiras subdivisões pesselistas. Um núcleo é composto pelos homens de confiança de Moisés, a maioria oficiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Outro, é esse dos parlamentares federais que se juntam para ganhar luz própria.

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O terceiro, o núcleo Esmeraldino, presidente estadual da sigla e indicado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável – é o grupo que tocou os primeiros passos da sigla e tenta não perder espaço para os eleitos. A indicação de Goulart para um cargo em Brasília é um contrapeso político aos movimentos da bancada federal. Sim, político. Bem-vindos ao jogo, pesselistas.

 

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