(Foto: Marco Favero, DC)

Quem encontrou o senador Paulo Bauer (PSDB) no Congresso Nacional na última quarta-feira, disse que o tucano estava muito seguro de que a investigação da Procuradoria Geral da República (PGR) não vai comprometer sua candidatura a governador do Estado. O senador vai seguir o forte roteiro de visitas ao interior do Estado divulgando sua pré-candidatura e deixar o possível inquérito a cargo de seus advogados.

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É possível que Bauer consiga manter o projeto mesmo que o ministro Edson Fachin aceite o pedido da PGR para abrir um inquérito para investigar supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a partir da delação do ex-executivo da Hypermarca, Nelson José de Mello. Ele afirma que a empresa repassou R$ 11,5 milhões para a campanha do tucano ao governo em 2014 através de contratos fictícios assinados com prestadores de serviço. A PGR quer saber se a suposta ajuda irregular tem relação com uma proposta de emenda constitucional de Bauer com benefícios ao setor farmacêutico. O tucano é veemente ao negar o recebimento dos recursos – lembra, inclusive, que as dificuldades de arrecadação na campanha de 2014 eram evidentes – e que seu projeto beneficiasse a empresa em questão. Há margem para confrontar o delator, sempre há.

O que a investigação, especialmente se tornar-se inquérito, pode fulminar é a condição de Bauer como opção para liderar uma frente com PSD e PP. Hoje, ele é visto como um nome mais palatável que os atuais pré-candidatos Gelson Merisio (PSD) e Esperidião Amin (PP) a setores pessedistas que não acreditam no potencial de um e não confiam no outro. 

Pelo menos por enquanto, o PSDB não vai abandonar o projeto que endossou com mais de 200 de suas principais lideranças em uníssono em um evento em Florianópolis no dia 19 de abril. Os tucanos pleiteiam e acreditam merecer as vagas de candidato a governador e uma de senador no projeto que abraçarem. Tem Bauer e o ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes como nomes prioritários, o deputado estadual Marcos Vieira beliscando.

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Napoleão, inclusive, vem se esforçando para estadualizar o nomes e fazer de sua pré-candidatura ao Senado um fato consumado. Viaja o Estado participando de roteiros do partido – como a série de encontros do PSDB Mulher – e de Bauer. Mas, ao mesmo tempo, mantém um intenso roteiro particular. Esteve em Lages e região, andou por Itajaí, ontem estava em Brusque. 

Na sexta-feira, palestra na Associação Empresarial de Tubarão e na segunda-feira na Unesc, em Criciúma. Entre uma e outra, visitas a outros municípios do Sul. Sempre convidando as lideranças tucanas locais. O ex-prefeito faz o dever de casa, mescla roteiros partidários com encontros em entidades e universidades para falar da experiência dos pouco mais de cinco anos à frente da terceira maior cidade do Estado – intercalando com a rotina de professor da Furb, que retomou após a renúncia. O trabalho para consolidar a candidatura ao Senado, a disposição tucana em ter candidatura própria e o contexto de Bauer fazem com que ele não deva ainda ser descartado como um candidato ao governo.