Uma das questões mais intrigantes dos processos de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) é a apatia que eles despertam junto à mesma sociedade que há dois anos o elegeu com inacreditáveis 71% dos votos válidos. Excluindo poucas manifestações motorizadas, é nítida a falta de mobilização em defesa do governador. A pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira ajuda a explicar essa apatia.
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Pelo levantamento, o governo de Moisés é considerado ruim ou péssimo por 44% dos eleitores de Florianópolis – capital do Estado e palco das ações do impeachment. Para 32%, a gestão é regular, enquanto 21% consideram o governo bom ou ótimo. Lentes governistas ou oposicionistas costumam brincar com as avaliações de gestão puxando o regular para sua brasa, mas o conceito está mais para a indiferença do que para o positivo ou o negativo.
Com 44% de avaliação negativa e 32% de indiferença entre os florianopolitanos, faz sentido que o impeachment – seja o do aumento supostamente irregular dado aos procuradores, mais avançado, seja pela compra dos respiradores fantasmas – avance sem muitos questionamentos ou indignação na opinião pública.
O descolamento em relação ao presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) também tem efeito na avaliação de Moisés. Embora a rejeição ao governo do presidente seja similar segundo o Ibope (47% de ruim e péssimo), existe menos indiferença a Bolsonaro entre os florianopolitanos: 33% considerado ótimo ou bom o governo do ex-pesselista. Muita ativa, especialmente nas redes sociais, a militância bolsonarista tem apoiado o impeachment – no máximo divergindo internamente sobre a deposição também da vice-governadora Daniela Reinehr (ex-PSL).
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