Variáveis do Senado
Santa Catarina não reelege um senador desde os tempos da República Velha e a escrita deve se manter este ano caso o cenário pré-eleitoral atualmente colocado sobreviva às convenções partidárias. Estarão em jogo as cadeiras preenchidas em 2010 por Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB). A morte do peemedebista em 2015 alçou o suplente Dalírio Beber (PSDB) ao posto e ele não é candidato à reeleição, enquanto Bauer é o pré-candidato tucano ao governo.
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As vagas têm dois nomes naturais e favoritos para preenchê-las: o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) e o deputado federal, também ex-governador, Esperidião Amin (PP). Ambos têm o nome estadualizado que a disputa costuma exigir – pelo menos para a partida – a aparecem à frente nas pesquisas públicas e privadas. Amin também é pré-candidato ao governo, o que faz essa definição de cenário ainda depender da composição das alianças.
A reforma eleitoral que reduziu para para 45 dias o período oficial de campanha – apenas 35 dias de rádio e televisão – são pontos a favor de quem já tem o nome colocado e estadualizado – como Colombo e Amin. É possível que em 2014 o senador Dário Berger (MDB) não tivesse tempo hábil para ultrapassar e vencer Paulo Bornhausen (PSB) naquela renhida disputa se os prazos de campanha fossem os atuais. Essa conta entra nas estratégias de formação das chapas.
Pré-candidato ao governo pelo PSD, Gelson Merisio espera ter a dupla de ex-governadores em sua chapa. Quem desenha outros cenários, sabe que é necessário tirar um deles da disputa, especialmente Amin – também bem posicionado para a disputa do governo. Confirmado na disputa ao governo, o pepista enfraquece a chapa de Merisio e abre o jogo do Senado.
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Inquilino das duas cadeiras em disputa, o PSDB é quem olha com mais volúpia para esses cenários. Tem dois pré-candidatos colocados: o ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes e o deputado estadual Marcos Vieira, presidente do PSDB-SC. Apesar da pré-candidatura posta de Bauer, a chance real de manter de menos uma das vagas em Brasília está na mesa de negociações. Napoleão tem o perfil de jovem político que pode surpreender em uma majoritária desse tipo, mas o tempo exíguo de campanha preocupa.
No MDB, a sensação é de que há votos esperando nomes. É senso comum que a capilaridade do partido e sua tradicional militância tornam competitivo qualquer candidato que se apresentar pela sigla. Com carreira política na Grande Florianópolis, Dário foi eleito com ampla vantagem em municípios que nem conhecia. Por enquanto, colocam-se aptos para o jogo o ex-governador Paulo Afonso Vieira e o deputado federal Valdir Colatto. No entanto, o pré-candidato ao governo, Mauro Mariani, parece estar disposto a ceder ambas as vagas para coligação – o deputado federal Jorginho Mello (PR) seria uma alternativa; os tucanos, outra. Se conseguirá entregar as duas posições, é um daqueles mistérios que o MDB só deixa ser desvendados na convenção do partido.
Na esquerda, o PT aposta que pode se aproveitar de uma disputa fragmentada em múltiplas coligações. Traz como novidade o desembargador aposentado Lédio Rosa de Andrade, mas setores do partido se movimentam para trazer a ex-senadora Ideli Salvatti para o tabuleiro. Um nome que não precisaria ser apresentado para o eleitorado catarinense – com tudo o que de positivo e negativo traz embutida essa constatação.