A tomada do PSL pelo grupo bolsonarista representada em Brasília na última semana pela ascensão de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à liderança do partido na Câmara dos Deputados terá um roteiro parecido em Santa Catarina. Quatro dos seis deputados estaduais da sigla apresentam nesta quarta-feira o pedido para que Sargento Lima seja o novo líder da bancada na Assembleia Legislativa.
Continua depois da publicidade
A substituição foi consolidada na noite de terça-feira, em encontro de parlamentares catarinenses do PSL com Eduardo Bolsonaro. Estavam lá os deputados federais Caroline de Toni, Coronel Armando e Daniel Freitas e os deputados estaduais Ana Campagnolo, Felipe Estêvão, Jessé Lopes e Sargento Lima – o quarteto que assina a substituição de Alba. O encontro aconteceu no apartamento de Daniel Freitas, consolidando a reaproximação dele com o grupo bolsonarista após ter inicialmente assinado a lista pela permanência de Delegado Waldir (PSL-GO) na liderança.
Embora esteja vinculada ao contexto nacional da disputa pelo controle do PSL entre o presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Luciano Bivar (PSL), dono da legenda emprestada aos bolsonaros para a campanha presidencial, a disputa catarinense tem suas particularidades.
Tem como pano de fundo a reação contra o domínio estadual da legenda pelo governador Carlos Moisés da Silva, pelo deputado federal e presidente estadual Fábio Schiochet e pelo secretário estadual Lucas Esmeraldino, do Desenvolvimento Sustentável.
Assim, Estêvão e Lima se somaram a Ana Campagnolo e Jessé, rompidos com o governador por questões ideológicas desde a tentativa de taxação dos agrotóxicos – contrariando a política de Bolsonaro para o setor. Moisés conta hoje com apenas dois dos seis parlamentares estaduais do PSL: Alba, o líder destituído, e Coronel Mocellin, bombeiro militar da reserva como ele.A disposição inicial do grupo que encontrou Eduardo Bolsonaro ontem era encontrar uma fórmula para tirar de Schiochet a presidência estadual da sigla e entregá-la a Caroline de Toni – citada por Jair Bolsonaro na passada em Florianópolis como uma “aliada leal”.
Continua depois da publicidade
No entanto, o domínio partidário ainda está nas mãos de Bivar, que indicou Schiochet para o cargo em julho. Desde então, o parlamentar conduz o partido de forma mais politicamente pragmática do que ideológica – assim como Moisés no governo. Sem poder interferir no diretório, ainda, os bolsonaristas seguiram o script de Brasília e tomam a liderança do partido no parlamento estadual. O recado é claro: na Alesc, o PSL é Bolsonaro.
Confira o documento assinado pelos deputados:
