Estará perto do fim uma das maiores rivalidades da história política de Santa Catarina? A foto que registra o encontro entre o deputado estadual João Amin (PP) e o presidente municipal do MDB, o vereador Rafael Daux, praticamente oficializa conversas de bastidor que acontecem desde abril, quando o prefeito Gean Loureiro deixou a legenda emedebista.
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A decisão da direção estadual do MDB, sob comando do deputado federal Celsos Maldaner (MDB), de indicar Daux – notório adversário do prefeito desde que coabitavam a mesma sigla – para o comando dos emedebistas municipais deu combustível para essas conversas. Gean ainda tentava manter aliados seus no diretório municipal.
No comando, Daux colocou-se como pré-candidato a prefeito e iniciou conversas com outros partidos. Esteve em Criciúma sexta-feira passada para marcar presença na palestra do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No evento, Daux disse que não identificava em Florianópolis uma candidatura que defende para a cidade o projeto liberal do ministro Paulo Guedes, com ampla reforma da máquina pública. Está claro o rumo que pretende dar ao MDB de Florianópolis.
É esse rumo que o aproximado da família Amin. A construção de uma candidatura a prefeito da Capital na órbita do bolsonarismo passa pelo PP de Esperidião, Angela e João e pelo PL do senador Jorginho Mello. Assim, Daux aproxima-se desse grupo – nesta quinta-feira, almoçou com o advogado Filipe Mello, filho de Jorginho e cotado para vice em uma nova candidatura de Angela Amin – derrotada por Gean por um punhado de votos em 2016. A separação entre bolsonaristas e o PSL do governador Carlos Moisés aproxima ainda mais os grupos.
Pode nascer assim uma frente conservadora anti-Gean. Na foto que circula nas redes sociais e grupos de Whatsapp, João Amin e Daux estão acompanhados do vereador Claudinei Marques e do deputado estadual Sérgio Motta, do Republicanos, o do anfitrião Ronaldo Daux, já que o encontro se deu no Hotel Majestic.
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Mas uma rivalidade de décadas não acaba assim. As reações na base emedebistas são fortes, inclusive com ameaças de desfiliação. A grande dúvida é a participação do senador Dário Berger (MDB) nessa costura. Rival de Esperidião Amin nos últimos 15 anos, o emedebista se aproximou do pepista com a convivência no Senado – especialmente a partir do gesto de votar nele para presidência do Senado no início do ano.