O PMDB prepara uma festa para solenizar a posse de Eduardo Pinho Moreira como governador em exercício, na sexta-feira, quando o governador Raimundo Colombo (PSD) pede a licença e entrega o Estado para o peemedebista governar. Espera-se 2 mil pessoas no CentroSul, em Florianópolis, para o ato que devolve a caneta de governador a um peemedebista oito anos depois da renúncia de Luiz Henrique da Silveira para concorrer ao Senado.
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Pergunto ao eterno rival dos peemedebistas em Santa Catarina, o ex-governador e deputado federal Esperidião Amin (PP), o que ele acha sobre o assunto.
— Isso é a fake news. Querem criar a ideia de um governo novo, mas isso só mostra o quanto ele está exaurido — diz o pepista, usando o termo da moda, na expressão em inglês para notícia falsa.
Amin prepara-se para entrar oficialmente no jogo da sucessão. Dia 26 de fevereiro, na reunião do diretório estadual do PP para formalizar sua renúncia à presidência em prol do deputado Silvio Dreveck, ele deve lançar-se pré-candidato ao governo. Bem colocado nas pesquisas internas que circulam entre os partidos, Amin está animado. Precisa, no entanto, convencer a cúpula do próprio partido, hoje atrelada ao projeto do deputado estadual Gelson Merisio (PSD) — o próprio acordo de divisão da presidência pepista que coloca Dreveck no comando sinaliza essa intenção.
O ex-governador defende a parceria com o PSD. Diz que pepistas e pessedistas compartilham o mesmo DNA e podem ser vistos como uma legenda só neste momento pré-eleitoral. Até porque a intenção de os partidos estarem juntos foi aprovada na convenção do PP ano passado. Na fala, percebe-se que Amin vai tentar convencer o PSD de que pode ser o candidato do bloco caso Merisio não se confirme.
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Há entraves, claro. Colombo faz gestos cada vez menos simbólicos ao PMDB ao permitir que Pinho Moreira seja o governador de fato – ou fake – um mês e meio antes da renúncia para concorrer ao Senado. Merisio segue firme na disposição de ser candidato, embora tenha mudado a estratégia e passado a trabalhar mais internamente desde a tempestade causada pelo lançamento da pré-candidatura de João Rodrigues, em novembro. Os efeitos da prisão do deputado federal na base pessedista também vão entrar nessa conta.
Ps. Para quem pergunta sobre o uso dos nomes MDB e Progressistas: as mudanças ainda não foram homologadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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