Esperidião Amin vestiu a camiseta amarela da Seleção Brasileira, com o número 11 do PP e um mapa de Santa Catarina, e assim entrou oficialmente em campo como pré-candidato a governador em um evento no sábado em Criciúma. Fez de um encontro de porte regional um ato estadual – especialmente pela presença de outros dos pré-candidatos que têm origem no mesmo espectro político: Gelson Merisio (PSD) e João Paulo Kleinübing (DEM).

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O ex-governador seria o nome ideal para liderar uma aliança que revisitasse o velho PDS – o partido que levou o próprio Amin ao governo em 1982 e de onde derivaram as lideranças hoje espalhadas pelo PP (seu herdeiro direto), pelo DEM, pelo PSD e pelo PSB catarinense, entre outros. Amin não esconde esse desejo de retomar esse DNA e reaglutinar sua escola política.

As credenciais do pepista estão claras. Lidera as pesquisas divulgadas até agora, traz a experiência de dois mandatos como governador e a condição de ter passado incólume pelos escândalos políticos descortinados pela Operação Lava-Jato – mesmo com o PP nacional sendo um dos maiores alvos das denúncias. Contra ele, um suposto teto eleitoral que impediu as boas largadas terminarem em vitória nas últimas disputas majoritárias.

Ao falar, Amin ressaltou a disposição de manter a unidade com o PSD, aliança construída por Merisio para selar o fim da aliança com o MDB que marcou as gestões do ex-governador Raimundo Colombo (PSD). A Merisio também interessante retomar o DNA do PSD, mas ser o novo rosto dessa tradição política.

No encontro de Criciúma não havia lideranças do PSDB, que tem hoje o senador Paulo Bauer como pré-candidato ao governo. Amin tem reiterado o desejo de contar com os tucanos na composição, o que até agora o diferenciava de Merisio. O pessedista armou seu palanque com pepistas, pessebistas, pedetistas e outros partidos de médio porte e via os tucanos como peso excessivo – especialmente o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Ele e Amin vão equalizar esse discurso.

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Originalmente, a chapa de Merisio teria Amin e Colombo ao Senado e um nome do PSB – o empresário e vereador joinvilense Ninfo König – como vice. Agora, o pessedista vai passar a dizer que está disposto a esperar pelo PSDB até a reta final das convenções com a vaga de vice-governador. Também dirá que Alckmin é bem-vindo no palanque.

Nos próximos dias, Amin e Merisio vão trabalhar para a composição que liderará esse bloco. No MDB, o pré-candidato Mauro Mariani vai tentar evitar o isolamento, enquanto os tucanos continuam reiterando que terão candidato ao governo – mesmo quando esquecem de dizer seu nome nas notas oficiais.

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