Primeiro candidato a governador a ter a candidatura homologada em convenção entre os principais partidos do Estado, o deputado estadual Gelson Merisio (PSD) terá uma longa e decisiva semana pela frente. As confirmações dos nomes do deputado federal Esperidião Amin (PP) e do senador Paulo Bauer (PSDB) nos eventos dos pepistas e dos tucanos no final semana fazem o projeto de Merisio alvo de um forte ataque especulativo.
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O principal assunto nas convenções do PP e do PSDB, sábado e domingo, respectivamente, era o candidato pessedista recuaria e aceitaria compor com um deles. É inegável que Merisio foi colocado na defensiva pelos movimentos de Amin e de Bauer em direção às candidaturas próprias. Aos pepistas, Amin apresentou uma chapa com o DEM do deputado federal João Paulo Kleinübing que remonta à tradição política. Merisio foi chamado de amigo e lembrado como responsável por ajudar a tirar o PP do isolamento político. No entanto, Amin apresentou o argumento das pesquisas para colocar-se como candidato com maior potencial para chegar ao segundo turno.
No impressionante evento dos tucanos, domingo em Joinville, o pessedista não foi citado. Com mais de 3 mil pessoas tomando o centro de convenções da Expoville, Bauer sentiu-se à vontade para dizer que o partido está aberto a aliados, mas nos termos tucanos:
_ Se alguém deseja que o Napoleão desista de ser senador em favor de alguma candidatura de outro partido que venha se somar à nossa, que se manifeste agora. Se alguém desejar que o Paulo Bauer não seja o candidato a governador para que a vaga seja preenchida por outro candidato do PSDB ou de outro partido, que se manifeste agora. E se ninguém se manifestar, é inegociável _ disse Bauer.
Merisio admite que vai procurar Bauer para conversar esta semana, mas diz que a composição entre pessedistas e tucanos depende de que ambos cheguem à mesa sem imposições. Alega que PSD e PSDB têm candidatos homologados a governador e a senador e que se os tucanos quiserem “zerar o jogo e começar tudo de novo, não temos nenhum problema em testar todas as possibilidades”. Já com o PP, Merisio rechaça qualquer possibilidade de reaproximação.
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Se a conversa com os tucanos não prosperar, Merisio vai tentar sobreviver ao ataque especulativo apresentando-se como a novidade em uma eleição de figuras tradicionais. Vai buscar o PSL do presidenciável Jair Bolsonaro, líder das pesquisas no Estado, oferecendo uma vaga na chapa para Lucas Esmeraldino, seu representante local. Sofrerá pressões no próprio PSD onde até hoje estava seu maior apoio: deputados e aspirantes a parlamentar com medo de que o partido encolha sem um grande parceiro eleitoral. Ele garante que não.
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