A eleição catarinense vai ser uma disputa entre o atual governo e os que se contrapõem à sua continuidade. Essa é a avaliação do deputado federal e ex-governador Esperidião Amin, pré-candidato do PP ao governo. Ele acredita que a derrota do governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) na votação da Medida Provisória 220, na última terça-feira, em movimentação liderada pelo PSD, antigo aliado, ajuda a montar esse cenário.

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— O PMDB nos fez um favor. Ele emedebizou o governo _ brinca, em referência às exonerações de figuras ligadas ao partido do ex-governador Raimundo Colombo (PSD).

Amin garante que PP e PSD continuarão caminhando juntos no projeto eleitoral — seja com ele, seja com o deputado estadual Gelson Merisio (PSD), pré-candidato da sigla. O pepista tem rodado o Estado e conversado com lideranças das siglas que hoje estão na órbita de Merisio, como o PSB de Paulo Bornhausen e o PDT de Manoel Dias. Acrescenta, ainda, o DEM de João Paulo Kleinübing.

Quem quiser entrar no grupo, avisa Amin, precisa vestir a camisa do enfrentamento com o governo emedebista. É um recado claro ao PSDB, partido em que aponta o senador Paulo Bauer como mais um nome em condições de liderar a frente. Mas o pepista avalia que os tucanos têm uma posição dúbia em relação à gestão de Pinho Moreira. Na votação da MP 220, o deputado estadual Marcos Vieira votou com o governo, enquanto os demais membros da bancada ficaram contra.

— O Paulo Bauer vai ter que definir sua posição política. A dele e a de seu partido. Não foi o que se viu até agora _ afirma Amin.

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Dentro da pré-agendada aliança entre pepistas e pessedistas, o ex-governador admite que a semana que passou fortaleceu a posição de Merisio. Primeiro, pela decisão do PSD nacional de prorrogar por um ano seu mandato como presidente estadual do partido, esvaziando os rumores de intervenção de Gilberto Kassab para entregar o comando da sigla a Colombo. Segundo, pelo próprio peso da vitória em plenário contra Pinho Moreira – 24 votos a 12.

É curioso que Amin tenha passado a figurar como opção entre os pessedistas que não endossam o projeto de Merisio – que teria o próprio Colombo e o ex-deputado Júlio Garcia. A prioridade seria um arranjo com Bauer, dificultado por resistências no PSDB à composição. A pré-candidatura do ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes (PSDB) ao Senado também seria um entrave, pela dificuldade de encaixar dois tucanos na coligação. É aí que entraria Amin, como Plano C – algo que teria sido verbalizado por Garcia. Perguntei ao pepista se ele tem falado com 0 ex-deputado.

— A última vez que falei com Júlio Garcia foi para agradecer pelo C. Mas estamos nos devendo uma conversa. Afinal, ele disse brincando, mas não deixa de ser auspicioso.