Ainda no clima de comemoração para acachapante vitória nas urnas dia 28 de outubro, o governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL) concedeu entrevistas no dia seguinte afirmando que pretendia mandar ainda este ano, sob a bênção do atual governador Eduardo Pinho Moreira (MDB), a ampla reforma administrativa prometida na campanha – aquela que vai despolitizar a máquina pública do Estado. Pouco mais de duas semanas se passaram e o clima na Assembleia Legislativa é de que as mudanças vão ter que esperar.
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É recorrente nos corredores e galerias do parlamento estadual que não haveria tempo hábil para analisar uma ampla reforma e que seria melhor aguardar a nova legislatura. O que tem ficado claro nos últimos dias é que o próprio Moisés e sua equipe de transição ainda lutam para entender a máquina e sua complexidade. É salutar.
A Assembleia vive uma situação peculiar, como se três grupos convivessem por lá neste fim de legislatura. Há os sobreviventes, os 18 deputados reeleitos. Eles ainda tentam assimilar as direções apontadas pelo resultados das urnas e a recomposição do poder no Estado. O segundo grupo é o dos 15 que estão deixando a Alesc de forma melancólica – 11 reprovados nas urnas, quatro que nem tentaram concorrer. Eles ainda buscam explicações, culpas e desculpas. O terceiro grupo são os 22 novos deputados que já começam a se articular pelo parlamento e ocupar espaço político.
É em meio a essa tríplice divisão que seria feita a reforma administrativa se analisada ainda nesta legislatura. A Alesc já vive o clima de disputa interna pela presidência, a ser votada em fevereiro – não seria interessante misturar os temas. Na disputa pelo comando do parlamento, três nomes saltam à frente: Valdir Cobalchini (MDB), ainda buscando unidade da bancada; Milton Hobus (PSD), tentando costurar um acordo sem MDB e PSL para dividir os mandatos da presidência entre quatro partidos; Júlio Garcia (PSD), articulando pontes entre os atuais e os novos deputados. Essa é a chave do jogo ainda no começo.
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