As eleições deste ano trazem boas chances de renovação na composição da Assembleia Legislativa. Além da insatisfação generalizada da sociedade com a classe política, dois fatores favorecem os ventos que apontam nessa direção: as dificuldades de financiamento dos candidatos e a janela aberta pelos parlamentares que não vão disputar a reeleição.
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Essa janela conta com 11 deputados estaduais. É um ponto de partida alto para renovação de nomes, considerando que nas últimas duas eleições a Assembleia ganhou 13 caras novas em 2014 e 12 em 2010. Como é natural que alguns parlamentares não se reelejam, estão dadas as condições para uma renovação acima da média.
Dos que desistiram da reeleição, apenas quatro estão fora das eleições: Aldo Schneider (MDB), Antonio Aguiar (PSD), Leonel Pavan (PSDB) e Fernando Coruja (Podemos). A maior parte quer promoção este ano. Ana Paula Lima (PT), Carlos Chiodini (MDB), Darci de Matos (PSD), Dirceu Drech (PT) e Ricardo Guidi (PSD) vão tentar vagas na Câmara dos Deputados este ano, enquanto Narcizo Parisotto (PSC) foi escalado como segundo suplente na chapa de Raimundo Colombo (PSD) ao Senado. O mais ambicioso de todos é Gelson Merisio (PSD), que disputa o governo – desde 1965, com Ivo Silveira, um deputado estadual não se elege governador diretamente.
Dos 29 parlamentares que tentam a reeleição, 16 têm mais de um mandato nas costas. Apesar da experiência – e da generosa estrutura que a Assembleia Legislativa dá a seus integrantes – eles terão dificuldades novas nesta disputa. É a primeira eleição estadual com a proibição da doações de empresas privadas – maior fatia dos recursos arrecadados até a última disputa.
Em Brasília, o Congresso Nacional aprovou o polêmico Fundo Eleitoral de R$ 1,7 bilhão para distribuir entre os partidos. Apesar do valor astronômico, o cobertor ficou curto para tantas candidaturas. Nas resoluções em que os partidos determinam a divisão das fatias a que tem direito, os candidatos a deputado estaduais foram praticamente ignorados.
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No MDB, por exemplo, nada foi destinado aos candidatos dos parlamentos estaduais. Há deputado que diz levantar as mãos para o céu se conseguir metade da arrecadação de quatro anos atrás. A bancada emedebista chegou a cogitar entrar na Justiça contra os critérios estabelecidos pelo diretório nacional, mas por enquanto prevaleceu o entendimento de que é melhor ficar sem os recursos do que ter que justificar seu uso junto ao eleitorado. No PSD e no PSDB a situação é semelhante e os candidatos se preparam para colocar a mão no bolso.
No PP ainda há uma tentativa de rediscutir os critérios, que por enquanto garantem R$ 100 mil aos candidatos à reeleição. Não é à toa que parte da classe política volta a discutir como restabelecer as doações empresariais. Nesta eleição, no entanto, há margem maior para candidaturas franciscanas.
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