Um pedido de CPI assinado pela ampla maioria dos deputados estaduais e um requerimento solicitando o afastamento do secretário Hélton Zeferino, da Saúde. Essa é a pronta resposta da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, a repercussão negativa da desastrada operação de compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões – até hoje não entregues, mas já pagos, como mostrou reportagem do The Intercept.

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A cabeça do secretário em uma bandeja é só o começo. O pedido de seu afastamento foi aprovado ao final da reunião da comissão especial criada para acompanhar as ações do governo no combate à crise do coronavírus. Presidente da comissão, Marcos Vieira (PSDB) elencou o que considerou “uma série de erros imperdoáveis” no processo de compra dos respiradores com dispensa de licitação e pagamento adiantado.

– Deus permita que esses respiradores sejam entregues. Mas o que importa aqui não é se serão ou não entregues. O que importa para nós é que houve fraude no sistema de compras – disse o tucano.

Praticamente ao mesmo tempo, no gabinete do presidente Júlio Garcia (PSD), o deputado estadual Ivan Naatz (PL), líder da oposição, entregava o requerimento com 19 assinaturas – cinco a mais do que o necessário – para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a compra dos respiradores e todos os indícios de irregularidades que a compõem. Na sessão virtual, Júlio Garcia pediu aos subsescritores que confirmassem seus nomes, o que acabou levando ao endosso de mais parlamentares. Ao final, até mesmo a líder do governo Paulinha (PDT) assinou o pedido. A lista final contou com a assinatura de 39 dos 40 deputados – como presidente, Júlio Garcia não assina.

– Da forma como essa denúncia chegou, o governo compreende que é a função do parlamento fazer a fiscalização – disse a pedetista, ressaltando também a importância de que não se perca o foco no combate à pandemia.

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Veja quem assinou inicialmente o requerimento de CPI:

Ana Campagnolo (PSL)

Bruno Souza (Novo)

Fabiano da Luz (PT)

Felipe Estevão (PSL)

Ismael dos Santos (PSD)

Ivan Naatz (PL)

Jessé Lopes (PSL)

João Amin (PP)

Kennedy Nunes (PSD)

Laércio Schuster (PSB)

Marcius Machado (PL)

Marcos Vieira (PSDB)

Marlene Fengler (PSD)

Maurício Eskudlark (PL)

Milton Hobus (PSD)

Neodi Saretta (PT)

Nilso Berlanda (PL)

Ricardo Alba (PSL)

Sargento Lima (PSL)